Como foi a evolução dos recordes olímpicos?
O nadador húngaro Alfréd Hajós ganhou os 100 metros estilo livre em Atenas-1896. Marcou 1min22s. Mas, se ele viajasse no tempo e fosse parar em Atenas-2004, viraria piada: os concorrentes teriam terminado a prova em menos de 48 segundos, com o húngaro ainda na virada dos 50 metros. Isso mostra o quanto a preparação física […]
O nadador húngaro Alfréd Hajós ganhou os 100 metros estilo livre em Atenas-1896. Marcou 1min22s. Mas, se ele viajasse no tempo e fosse parar em Atenas-2004, viraria piada: os concorrentes teriam terminado a prova em menos de 48 segundos, com o húngaro ainda na virada dos 50 metros. Isso mostra o quanto a preparação física evoluiu. “Tudo mudou: temos equipamentos de musculação, suplementos alimentares e métodos de treinamento voltados para a necessidade de cada tipo de atleta”, diz o fisiologista Turíbio Leite de Barros, da Universidade Federal de São Paulo. Não que isso signifique mais saúde: maratonistas, por exemplo, dormem em tendas com pouco oxigênio para forçar a produção de glóbulos vermelhos. Dá náuseas, mas faz o sangue processar mais oxigênio na hora da prova. E dá para ir mais longe? Turíbio responde: “O preparo físico está a ponto de atingir seu limite. Mais bônus, apenas com drogas”.
Sem chance
Marcas olímpicas aumentaram em até 90% nos últimos 108 anos
Salto em distância
Atenas (1896) – 6,35 m – Ellery Clark (EUA)
Cidade do México (1968) – 8,90 m – Bob Beamon (EUA)
O treinamento moderno equivale ao dos 100 metros rasos. Considera-se que Beamon marcou esse recorde há tanto tempo por ter saltado a 2239 metros de altitude, onde o atrito com o ar é entre 70% e 80% menor, o que ajuda a manter o vôo
Levantamento de peso
Atenas (1896) – 111,5 kg – Vigo Jensen (Dinamarca)
Sydney (2000) – 212,5 kg – Hossein Rezazadeh (Irã)
Os casos de doping são freqüentes. Mas a criação de suplementos alimentares também impulsionou a quebra de recordes. Algumas cápsulas de creatina, por exemplo, fornecem tanta proteína para os músculos quanto vários quilos de carne
100 metros rasos
Atenas (1896) – 11s8 – Tom Burke (EUA)
Atlanta (1996) – 9s84 – Donovan Bailey (Canadá)
O ganho foi de dois segundos em um século. Pouco? Num confronto direto, Burke chegaria 20 metros atrás de Bailey. Fora o doping, historicamente comum na modalidade, superdoses de musculação e proteína são as responsáveis pela melhora
Salto com vara
Atenas (1896) – 3,30 m – Willian hoyt (EUA)
Atlanta (1996) – 5,92 m – Jean Galfione (França), Andrei Tivontchik (Alemanha) e Igor Trandenkov (Rússia)
É a modalidade que mais deve à tecnologia. As varas das primeiras Olimpíadas eram de bambu. Hoje, são confeccionadas em fibra de carbono. Fortes e flexíveis, elas impulsionam mais