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Como foi construída a ponte Rio-Niterói?

Tubos metálicos, pilares e blocos de concreto maciço sustentam os 9 quilômetros de pista sobre o mar

Por Giba Stam
Atualizado em 22 fev 2024, 11h04 - Publicado em 18 abr 2011, 18h53

A obra pode ser dividida em três seções principais, que foram construídas simultaneamente: a ponte propriamente dita, sobre a baía da Guanabara, as vias de acesso no Rio de Janeiro e as vias de acesso em Niterói. “A parte mais complexa, é claro, foram os 9 quilômetros erguidos sobre o mar, o que exigiu a perfuração do subsolo oceânico na busca por um terreno rochoso que agüentasse a estrutura da ponte”, diz o engenheiro civil Bruno Cantarini, que foi diretor técnico na construção histórica. Além do longo trecho sobre a água, vários quilômetros de rampas e viadutos de acesso precisaram ser feitos para integrar a ponte ao sistema de tráfego local. Com isso, a extensão total da obra chegou aos 13 quilômetros. O sonho de fazer uma ligação direta entre as cidades do Rio e de Niterói já existia pelo menos desde o século 19.

Em 1875, o imperador dom Pedro II chegou a contratar um engenheiro inglês para projetar um túnel na baía da Guanabara. A idéia não vingou e os cariocas tiveram que esperar várias décadas para ver uma ponte começar a ser erguida no local, em 1968. O início dos trabalhos foi tumultuado, com a morte de operários afogados em um acidente e várias interrupções por problemas burocráticos. Quando a obra finalmente ficou pronta, em 1974, virou imediatamente um orgulho nacional. “A ponte bateu alguns recordes notáveis, como o de maior vão livre com viga reta, com 300 metros de largura e 72 metros de altura”, diz o engenheiro civil Mario Vilaverde, que também trabalhou na obra, como superintendente técnico. Outro fato impressionante foi o volume de material usado.

Se os sacos de cimento da obra fossem empilhados, teriam uma altura 1 500 vezes maior que a do Pão de Açúcar. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, a ponte Rio-Niterói não é a mais longa do mundo. Seus 13 quilômetros de extensão ficam bem aquém dos 38 quilômetros de uma ponte sobre o lago Pontchartrain, no estado da Louisiana, nos Estados Unidos, considerada a maior do mundo pelo Guinness Book, o livro dos recordes.

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2 – As fundações da ponte foram construídas com a ajuda de ilhas flutuantes, que levavam os equipamentos de perfuração do leito oceânico. As grandes perfuratrizes trabalhavam dentro de tubos que as protegiam da água do mar. As escavações tinham que atingir trechos de rocha sólida, capazes de sustentar as bases da ponte. Nos buracos eram então instaladas longas tubulações metálicas (preenchidas com concreto) que iam do subsolo oceânico até a superfície do mar.

3 – Em cima de um grupo formado por cerca de dez dessas tubulações metálicas, foram construídas cada uma das fundações da ponte, uma grande base de concreto maciço com 2,5 metros de altura e 6 toneladas de peso. Sobre essa base eram encaixados os pilares, posicionados em pares para segurar as pistas da ponte. Nos 9 quilômetros sobre o mar foram usados 103 conjuntos de sustentação formados por tubulações, base de concreto e pilares.

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4 – Com o uso de guindastes – que se apoiavam na base dos pilares – eram erguidas as estruturas pré-moldadas que formaram as duas pistas da ponte. Essas peças, chamadas de aduelas, que eram de concreto e tinham 5 metros de comprimento e 110 toneladas de peso cada uma, eram encaixadas umas nas outras, como se fossem grandes kits de Lego.

5 – Como as aduelas eram de difícil instalação em vãos muito largos, elas não foram utilizadas na parte central da ponte, que precisava ter distância maior entre os pilares para os grandes navios passarem. A saída foi usar gigantescos blocos metálicos que, somados, chegavam a 850 metros. Resolvido o problema, a ponte estava pronta para ser inaugurada, o que ocorreu em 4 de março de 1974. Ela foi batizada oficialmente como Ponte Presidente Costa e Silva.

1 – Várias propostas para a ponte foram estudadas antes de o governo federal, responsável pela obra, bater o martelo. Um dos trajetos possíveis era mais curto (em lilás), mas passava perto do aeroporto, obrigando a ponte a ter no máximo 50 metros de altura, o que atrapalharia o fluxo de grandes navios. Havia ainda uma opção que facilitava a navegação (azul), mas com um trajeto mais comprido que aquele finalmente aprovado pelo governo (preto).

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