Como funciona o canhão?
Arma surgiu no século 13, quando os europeus conheceram a pólvora
Dá para dizer que o canhão é uma espécie de revólver gigante: dentro dele, uma peça metálica (o martelo) bate numa munição cheia de pólvora, causando uma explosão que cospe um projétil em direção ao alvo. O princípio de funcionamento dessa arma indispensável nos arsenais dos exércitos permanece mais ou menos o mesmo desde seu surgimento, no século 13, quando os europeus conheceram a pólvora. Desde então, os canhões já decidiram várias guerras – e continuam decidindo, pois modelos mais modernos são usados por todas as forças armadas do mundo. Num canhão, o tiro não pode sofrer alterações de trajetória e alcance depois do disparo. Isso o faz diferente de um lança-foguete, que dispara objetos com propulsão autônoma, e do lança-míssil, cujo projétil muda de rumo durante o vôo por controle remoto ou dispositivos internos. Na família dos canhões também existem os obuseiros, que fazem um tiro um pouco diferente. Enquanto os canhões dão tiros retos e curtos, de até 3 km, os obuseiros dão tiros em forma de parábola, a até 11 km de distância. Tirando essa diferença, tanto canhões como obuseiros funcionam de um jeito bem parecido. O armamento que a gente representou no infográfico é um obuseiro M101, construído para a Segunda Guerra e usado pelos americanos contra o Japão e pelo Brasil na Itália. A arma dispara granadas de 10,5 cm de diâmetro e 33 kg a 11 km de distância. Sua destruição atinge 100% num raio de 30 metros e seus efeitos são sentidos a até 100 metros do ponto de impacto.
Projéteis da família dos canhões voam 11 km e causam destruição num raio de 100 metros1. A primeira providência para disparar um tiro de canhão é fixar a arma. Quando chegam ao local da batalha, os soldados abrem as flechas do canhão,duas hastes fincadas debaixo da terra em troncos cortados para evitar que o canhão se mova com os disparos2. Depois da fixação, é hora de ajustar a mira. A posição do tubo é ajustada por duas manivelas, uma para o movimento lateral e outra para a elevação. Essa posição é calculada de acordo com a distância do alvo, o canhão usado, a munição e a velocidade do vento
3. Ao contrário dos canhões de pirata, os modelos modernos são carregados por trás. Na parte de trás do tubo fica a culatra, uma porta por onde entra a munição e que fica hermeticamente fechada na hora do tiro, para evitar que o disparo saia no sentido contrário
4. Preparada na hora do uso pelos soldados, a munição tem três partes: o estojo, um suporte metálico que guarda a pólvora que impulsiona o tiro; a granada, a parte explosiva do projétil; e a espoleta, a ponta do projétil que define a hora da explosão
5. É hora do disparo! Quando o comandante grita “fogo!”, um dos soldados puxa uma cordinha. Ela solta uma mola comprimida que, por sua vez, empurra uma espécie de martelo contra a base do estojo
6. A batida do martelo contra a base do estojo provoca uma fagulha que queima a pólvora da munição. Essa queima libera rapidamente um grande volume de gás, que empurra a granada pela boca do tubo a uma velocidade de até 1 700 km/h
7. A diferença entre canhões e obuseiros aparece no tubo. Nos canhões, ele é liso, fazendo o tiro sair reto. Nos obuseiros, ele tem riscos na parede interna, fazendo com que a trajetória do tiro seja uma parábola em espiral, que aumenta o alcance e a precisão do tiro
8. Com o projétil no ar, quem decide a hora da explosão da granada é a espoleta. Ela possui explosivos que, de acordo com o tipo, detonam a explosão da granada na hora do impacto com o alvo, uma fração de segundo após ou ainda num tempo previamente programado
9. Depois do disparo, os gases que impulsionam a granada para a frente também empurram o tubo para trás – é o “coice” do tiro. Para amenizá-lo, existe uma estrutura chamada de berço, por onde o tubo desliza no momento do disparo e retorna à posição inicial