O princípio básico é o mesmo de um revólver. A diferença é que o “estado natural” de uma metralhadora é disparando. Ou seja, se ela não tivesse travas, permaneceria atirando para sempre.
Os segredos desse sistema automático a gente explica no quadro abaixo, que mostra o funcionamento da Beretta MTR M9 M972, usada pelas Forças Armadas brasileiras. Hoje, uma metralhadora como essa dispara 600 tiros por minuto, graças a uma tecnologia desenvolvida nos últimos 300 anos. Apesar de haver algumas controvérsias a respeito, boa parte dos historiadores aponta o início do século 18 como o período em que as metralhadoras começaram a nascer.
Em 1718, o americano James Puckle construiu a primeira arma de fogo de grande calibre capaz de disparar vários projéteis em um curto espaço de tempo. A engenhoca lembrava um revólver tamanho família e no seu tambor (onde ficam as balas) havia um cilindro impulsionado por uma manivela que, quando girada, fazia a arma disparar cerca de 60 tiros por minuto. Por ser grande e difícil de ser carregada, essa bisavó das metralhadoras era usada apenas como arma de defesa. Foi por isso que Puckle a batizou de defense gun (“pistola de defesa”).
Já na Guerra Civil Americana (1861-1865), as metralhadoras foram bastante utilizadas, mas a popularização definitiva só ocorreria na Segunda Guerra (1939-1945). De lá pra cá, todos os exércitos do mundo equiparam suas forças com modelos compactos e portáteis, ideais não apenas para a defesa, mas também para atacar inimigos.
1. Toda metralhadora tem uma mola que dá início aos disparos da arma. Ela permanece travada numa posição contraída, pronta para se esticar e empurrar para a frente uma peça pontiaguda chamada agulha
2. É o gatilho que mantém a mola travada — se não fosse ele, o estado normal da metralhadora seria o de ficar atirando ininterruptamente. Porém, quando o gatilho é apertado pelo atirador, ele deixa de travar a mola, que se estica e dá início aos disparos
3. Quando liberada, a mola empurra, em alta velocidade, a agulha, que atinge a base da bala que está no cano. Nessa base há um pino que serve como espoleta, gerando a faísca que faz a pólvora da bala explodir. É essa explosão que dispara a ponta metálica
4. Até aqui, o funcionamento da metralhadora é quase igual ao de um revólver. A diferença é que na metralhadora há um pequeno tubo ligado ao cano por onde passa a bala. O ar quente gerado pela explosão da bala é direcionado para esse tubo
5. Dentro do tubo, o ar quente pressiona um tipo de pistão. Ligado à mola da arma, ele a contrai, deixando-a na posição para o próximo disparo. Se o gatilho continuar apertado, nada detém a mola, que se estica de novo e dá início à repetição de todo o processo
6. As balas ficam num pente, com dezenas de cartuchos. Na base, ele tem uma mola contraída, que empurra as balas em direção ao cano da arma. Elas só não saem todas de uma vez porque estão enfileiradas num ângulo em que a saída do pente fica bloqueada
7. Quando o gatilho é acionado e a mola da metralhadora entra em ação, ela ativaum sistema de alavancas que puxa a última bala do pente em direção ao cano, posicionando-a para o disparo seguinte
8. Algumas metralhadoras, como a Beretta, têm uma chave que passa a arma para a função semi-automática. Ela então dispara tiro a tiro, como um revólver, e não em rajadas. Essa chave aciona um sistema secundário de molas que trava a mola principal
UZI
Peso – 3 kg
Comprimento – 47 cm
Velocidade – 1 000 tiros por minuto
É uma metralhadora portátil, para ser usada com apenas uma mão, e ideal para operações de campo
AK-47
Peso – 4,3 kg
Comprimento – 87 cm
Velocidade – 600 tiros por minuto
É uma arma tipo fuzil, de grosso calibre e capaz de inutilizar um automóvel com seu poder de fogo
BERETA MTR Mg Mg72
Peso – 3 kg
Comprimento – 60 cm
Velocidade – 600 tiros por minuto
Leve, a Beretta é usada para operações de assalto. É a metralhadora que equipa as Forças Armadas brasileiras
BROWNING.50
Peso – 12 kg
Comprimento – 165 cm
Velocidade – 600 tiros por minuto
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