Ele cresce por causa da divisão e multiplicação de um tipo de célula, os queratinócitos. Eles se localizam no bulbo capilar, região das pequenas estruturas dentro da pele onde os fios se desenvolvem, os chamados folículos pilosos. “À medida que os queratinócitos se dividem, eles são empurrados para cima, fazendo o fio crescer”, diz o dermatologista Valcinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo. O ciclo de vida dos fios da nossa juba tem três fases: nascimento, crescimento/repouso e queda. Cada um dos cerca de 5 milhões de folículos pilosos que você tem na cabeça pode repetir esse ciclo completo até 20 vezes ao longo da sua vida. Mas é claro que eles trabalham em ritmos diferentes. Por isso, nesse exato momento, você tem fios que estão nascendo, outros crescendo e por aí vai. Como o número de folículos é absurdo, a quantidade deles na fase da queda também é grande. Resultado: um jovem perde aproximadamente 100 fios de cabelo por dia! Isso é normal. Preocupante é quando esse número aumenta muito, o que pode ser o sinal de um fantasma que assusta os homens: a calvície. Os garotos que têm o pai careca são grandes candidatos a seguir o mesmo caminho, pois o problema é hereditário. Mas existem ainda casos de perda de cabelo por causa de doenças ou desgaste emocional sério – não é tanta cascata aquela história de que fulano ficou careca de preocupação… As mulheres, apesar de não serem as principais vítimas da calvície, também podem enfrentar fases de queda exagerada, como no período pós-parto. A preocupação com esse tipo de problema é mais do que natural, já que o cabelo é um importante símbolo de beleza. E até por conta disso surgiram os mais diversos mitos sobre o assunto. Desde os mais curiosos (e menos higiênicos), como “não se deve lavar os cabelos com freqüência para evitar que eles caiam”, até os seguidos à risca pelas mulheres, como “é preciso aparar para crescer”. Os dois, aliás, são só crendices populares.
Mergulhe nessa
Na livraria:
Viver Bem Com… Seu Cabelo, Valcinir Bedin e Denise Steiner, Kalys, 1999
Na internet:
https://science.howstuffworks.com/hair-replacement1.htm
De ponta a ponta
Mesmo que você não corte o cabelo durante toda a vida, ele dificilmente chegará até seus pés. Por causa do ciclo de vida útil, o maior comprimento que um fio costuma atingir é 1 metro. É claro que existem exceções, como as pessoas recordistas em cabelos gigantes, que possuem fios com um tempo de sobrevivência anormal
Vida agitada
Cada fio vive cerca de seis anos. São até cinco anos na fase de nascimento, algumas semanas na de crescimento/repouso e mais alguns meses se preparando para a queda. O crescimento de cerca de 1 cm por mês ocorre da raiz (que fica no folículo piloso) para a ponta. Por ser sensível à luz, o cabelo cresce mais rápido de dia e no verão e continua se desenvolvendo até 24 horas após a morte da pessoa
Por um fio
A calvície é hereditária e determinada geneticamente. Mas nem sempre significa perda total de cabelos. Muitas vezes ocorre só o que os médicos chamam de miniaturização dos folículos: ou seja, essas estruturas diminuem de tamanho, deixando os fios mais finos. Eventualmente os folículos podem morrer, mas isso não é regra
Deu no couro
A caspa, aquela espécie de “farelo” branco que se espalha por algumas cabeças, é uma descamação do couro cabeludo. Não pega bem ver os rastros dela, mas, tirando o aspecto estético, ela não causa maiores danos. A caspa pode surgir por fatores genéticos, emocionais e ambientais. Uma versão mais radical de problema no couro cabeludo é a psoríase, que forma uma placa avermelhada coberta de escamas
Tipo assim
O que determina o tipo de cabelo oleoso, seco, normal ou misto (raiz oleosa e ponta ressecada) é a quantidade de gordura produzida pelas glândulas sebáceas ligadas aos folículos pilosos. Quanto maior a produção das glândulas, mais oleosos serão os fios. Cada tipo requer xampus e produtos de tratamento específicos
Passando em branco
Com o tempo, as células que fabricam melanina perdem a capacidade de produção e os fios começam a ficar grisalhos. Isso, em geral, ocorre por volta dos 30 anos e a primeira área a ter fios embranquecidos costuma ser a lateral da cabeça. Mas há uma “vantagem” nos cabelos grisalhos: como o espaço antes ocupado pela melanina fica cheio de bolhas de ar, os fios nascem bem fortes
Do claro ao escuro
A cor do cabelo é determinada pela proteína melanina, produzida por células dos folículos pilosos. Quanto maior a quantidade de melanina, mais escuro será o cabelo. As crianças normalmente têm os fios mais claros porque a fabricação de melanina só aumenta na adolescência, incentivada pelos hormônios sexuais desse período
A forma do cabelo é determinada geneticamente e depende muito da posição em que os folículos pilosos se encontram sob o couro cabeludo. Veja quais são as principais diferenças:
Liso:
Os folículos têm uma posição bem vertical e geram fios redondos (se analisados num microscópio)
Ondulado:
Os folículos são um pouco mais inclinados que os de quem tem cabelo liso e geram fios ovais
Crespo:
Os folículos ficam numa posição quase que paralela ao couro cabeludo e geram fios achatados