Como ocorre a regeneração da estrela-do-mar?
Por meio de células-tronco no corpo do animal. Elas conseguem recriar do zero os órgãos eliminados. Mas esse não é o único segredo
Por meio de células-tronco no corpo do animal. Elas conseguem recriar do zero os órgãos eliminados. Mas esse não é o único segredo: a regeneração é facilitada porque as estrelas têm uma fisionomia simplificada, sem sangue ou cérebro (seu sistema nervoso é espalhado pelo corpo) e com os mesmos órgãos vitais em todos os braços, além de células adaptáveis, que conseguem se transformar para ocupar o lugar das ausentes.
Há mais de 1.900 espécies de estrelas-do-mar e, para a maioria, a regeneração requer que ainda exista um pedaço do disco central. Em algumas poucas espécies, porém, uma estrela inteira pode crescer apenas de uma parte do braço, ainda que seja um feito improvável.
Segura as pontas!
Animais podem viver mais que 30 anos e se regenerar indefinidamente
1. Há três casos que levam à regeneração: quando a estrela-do-mar abandona um de seus braços ao fugir de um predador, quando é danificada graças ao ataque de outros animais ou quando se reproduz assexuadamente – ou seja, quando ela se parte propositadamente, gerando um novo indivíduo a partir de cada pedaço de seu disco
2. O segredo é que as estrelas possuem células-tronco em seus tecidos somáticos (não ligados à reprodução). Elas podem dar origem a qualquer tipo de célula, tecidos e órgãos. Mas é preciso que ao menos uma parte do disco central seja conservada. Além de vir dele o sinal nervoso que comanda o início da regeneração, é por ele que ocorre a ingestão de alimento
3. Assim que rola a perda, a área danificada é recoberta. Aí, sim, começa a regeneração: aos poucos, as células-tronco reconstroem os braços faltantes e, também, o disco. Isso leva de vários meses a até um ano. Por ter órgãos vitais em todos os braços, essas estrelas “deficientes” conseguem funcionar direitinho nesse período
4. Além das células-tronco, a estrela tem outro trunfo: células já estabelecidas são capazes de trocar de papel. Uma que antes fazia parte da epiderme, por exemplo, pode se readaptar para compor o sistema digestivo. Em alguns casos, a recuperação pode dar errado, deixando o bicho com deformações na parte recuperada ou até com membros a mais
Pergunta do leitor – Marcos Vinicius Leite, Rio de Janeiro, RJ
Fonte Regeneration in Echinoderms: Repair, Regrowth, Cloning, de Daniela Candia Carnevali