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Como são feitas a inseminação artificial e a fertilização in vitro?

Por Meire Cavalcante
Atualizado em 22 fev 2024, 10h57 - Publicado em 18 abr 2011, 18h56

Essas duas diferentes formas de fecundação são as alternativas médicas adotadas quando há dificuldade em engravidar naturalmente. A inseminação artificial consiste, basicamente, em cortar o caminho percorrido pelos espermatozóides. Há casos em que a mulher tem, no colo do útero, anticorpos que matam os pobrezinhos antes que possam alcançar o óvulo. Por isso, o sêmen de seu parceiro é coletado e introduzido diretamente na cavidade uterina, onde os anticorpos não estão mais presentes. Aí, com o campo livre, a corrida até o óvulo ocorre sem problemas. “Outro caso em que se usa essa técnica é quando o homem produz poucos espermatozóides. O sêmen é coletado e tratado para que sua concentração aumente”, afirma o ginecologista Thomaz Gollop, da Universidade de São Paulo (USP). Já na fertilização in vitro – conhecida popularmente como “bebê de proveta” – a origem da vida se dá fora do corpo da futura mãe.

A técnica é utilizada quando a mulher fez ligamento de trompas (cirurgia que impede o óvulo de chegar ao útero) e depois se arrependeu – ou quando ela tem endometriose. Trata-se de uma membrana situada na parede do útero, nas trompas e nos ovários que impede a fecundação. O primeiro passo, então, é o uso de drogas que estimulam a produção de mais de um óvulo por ciclo. “Esses óvulos são aspirados por uma agulha e colocados em uma substância cheia de nutrientes, para mantê-los vivos. Aí, então, os espermatozóides são colocados no mesmo recipiente, para que haja a fecundação”, diz Thomaz. Após sua fertilização, o óvulo é mantido em uma estufa, onde começa a ocorrer a divisão celular. Depois de se formarem oito ou 16 células, o embrião é colocado no útero da mulher. Para obter maior chance de gravidez, mais de um embrião é implantado. Porém, nunca mais de três, para se evitar uma gravidez múltipla. Mulheres que passaram da menopausa também podem utilizar essa técnica com um óvulo doado.

Flagrante do instante exato em que o espermatozóide humano fecunda o óvulo. Na inseminação artificial, a fecundação também ocorre dentro do corpo da mulher – como em uma relação sexual. Já na fertilização in vitro, isso deve ser feito em um recipiente especial

Após a fertilização, o embrião leva cerca de 72 horas para se dividir em oito ou 16 células. Nessa etapa, ele já pode ser colocado dentro do útero

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História de uma revolução Inseminação artificial em animais começou na Arábia medieval

A fertilização in vitro foi desenvolvida com sucesso pela primeira vez em 1978, pelos ingleses Robert Edwards e Patrick Steptoe. Foi quando nasceu Louise Brown, o primeiro bebê de proveta da história. A inseminação artificial é bem mais antiga. Há relatos de que já era realizada em cavalos, pelos árabes, no século XIV. Hoje, a técnica é utilizada na criação dos mais diversos animais, de gado e galinhas a abelhas e ursos panda. Em humanos, a primeira inseminação artificial foi feita pelo cirurgião escocês John Hunter em 1785, mas a prática só pôde se tornar comum no século XX, devido à forte oposição da Igreja. De fato, até surgir recentemente a técnica de clonagem, nenhuma outra inovação provocou tanta polêmica e conflito moral na história da medicina e da biologia. Em 1949, cientistas ingleses descobriram que era possível preservar espermatozóides congelados durante anos usando nitrogênio líquido. Até então, eles só podiam ser conservados por poucos dias, a uma temperatura de 5 ºC.

A nova técnica ampliou consideravelmente as possibilidades de inseminação artificial, criando, inclusive, um mercado de sêmen altamente lucrativo.

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