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Como seria um apocalipse zumbi no Brasil? Parte 2: Política

A ME conversou com especialistas para tentar imaginar, da maneira mais realista possível, como nosso país reagiria a um levante dos mortos-vivos

Por José Eduardo Coutelle
Atualizado em 22 fev 2024, 10h19 - Publicado em 3 dez 2016, 10h45
zumbis-2
(Rainer Petter)

ILUSTRA Rainer Petter

 

ESSA É A SEGUNDA PARTE DA MATÉRIA DE CAPA APOCALIPSE ZUMBI NO BRASIL. CONFIRA AS OUTRAS:
– Parte 1: Saúde
– Parte 3: Militares
– Parte 4: População Civil
– Parte 5: Fuga e Reconstrução

 

8. Cada um por si

O sistema de organização política do Brasil não ajudaria em nada. Nosso modelo é federalista, então os serviços de saúde e segurança são atribuídos a cada estado. Levaria tempo até que informações locais (especialmente os primeiros casos isolados) fossem compartilhadas com a União, rumo à criação de um “Plano Nacional Antizumbi”.

 

9. Desconectados

Para ter uma ideia, até hoje as diversas polícias do país ainda não têm um banco de dados 100% integrado. Corpo de bombeiros, então, nem se fala. Nem a emissão de RGs é unificada! A Secretaria de Segurança de cada estado propõe sua formatação. Uma mesma pessoa pode conseguir até 27 documentos diferentes e, com isso, manter sua ficha limpa.

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10. Tudo no improviso

Jamais assolado por terremotos ou vulcões, o Brasil não se habituou a criar planos de contingência. Mesmo diante de problemas cíclicos, como deslizamentos e enchentes em épocas de chuva, projetos efetivos e aplicados sempre foram raros. Ainda que houvesse um “Plano Nacional Antizumbi”, ele estaria sediado em Brasília e levaria meses para ser implantado em todo o país.

 

11. E os militares?

A princípio, as Forças Armadas não poderiam agir: em teoria, os infectados ainda seriam brasileiros e a Constituição de 1988 excluiu a cláusula de “inimigo interno”, que permitia investidas de militares contra civis. Se os desmortos afetassem serviços básicos, como a distribuição de água, aí sim a ação estaria liberada, porque seria considerada em prol da defesa nacional.

 

12. Legado da Copa

A demora na reação custaria a total conversão dos cariocas, encurralados entre o mar e as montanhas, numa cidade com alta densidade demográfica (5,2 mil habitantes por km²). Nesse meio-tempo, o principal trunfo da cidade seriam os agentes da lei com experiência na Copa e na Olimpíada – vários tiveram treinamento antiterrorismo e emergencial.

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13. Enfim, na ofensiva

Eventualmente, orientado pelo ministro da Defesa, o presidente convocaria a Força Nacional de Segurança (formada por policiais e bombeiros de grupos de elite), a Polícia Federal e as Forças Armadas. Talvez Brasília já estivesse cercada: uma simulação feita pela Universidade de Cornell mostrou que mais da metade do território dos EUA estaria tomada em apenas três semanas.

 

14. Sebo nas canelas

O presidente e os líderes do Congresso precisariam ser evacuados. Mas, como o Brasil não participou da corrida armamentista nuclear na Guerra Fria, não temos um bunker para isso. A primeira parada seria a Base Aérea de Brasília. Dali, uma opção seria isolá-los no porta-aviões São Paulo, mas ele fica ancorado no Rio de Janeiro e não tem histórico de ações táticas.

 

15. Mato sem cachorro

Outra saída seria pedir “abrigo” aos EUA, no porta-aviões George Washington, que já fez manobras com nossa Marinha em 2015. Mas essa decisão teria muitas conotações políticas polêmicas. O mais provável seria instalar o governo provisoriamente em um quartel militar em Roraima – um lugar isolado, pouco povoado, mas militarizado (por causa da fronteira com a Venezuela).

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+ Confira a terceira parte desta matéria

 

CONSULTORIA Rodrigo Stumpf Gonzalez, professor do Departamento de Ciência Política da UFRGS

FONTES Artigos A Crise e a Saúde Pública, de José Luiz Spigolon, As Medidas de Quarentena Humana na Saúde Pública: Aspectos Bioéticos, de Iris Almeida dos Santos e Wanderson Flor do Nascimento, You Can Run, You Can Hide: The Epidemiology and Statistical Mechanics of Zombies, de Alexander Alemi, Matthew Bierbaum, Christopher Myers e James Sethna; livros Guerra Mundial Z: Uma História Oral da Guerra dos Zumbis e O Guia de Sobrevivência a Zumbis, ambos de Max Brooks; documentários The Truth Behind Zombies, do National Geographic, e Zombies: A Living History, do History Channel; relatórios Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio 2012 e Atlas da Violência 2016, ambos do Ipea, Execução Orçamentária, do Ministério da Defesa, Small Arms Holdings in Brazil: Toward a Comprehensive Mapping of Guns and Their Owners, de Pablo Dreyfus e Marcelo de Sousa Nascimento; sites IBGE, CNT, Denatran, Conselho Federal de Medicina, Abraciclo, Centers of Disease Control, Military Power, Global Firepower, Zombie Research Society e Defesa Net

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