A bateria só ganhou a cara atual, com vários instrumentos tocados ao mesmo tempo, no final do século 19, embora os homens das cavernas já tocassem tambores em rituais sagrados. Há cerca de 8 mil anos nossos antepassados peludos já batucavam em bumbos feitos de troncos de árvores cobertos com peles de animais quando queriam pedir ou oferecer alguma coisa aos deuses – são dessa época os instrumentos de percussão mais antigos do mundo, encontrados em escavações na região da Morávia, na República Tcheca. Pouco a pouco os instrumentos foram se modernizando e as batucadas ganharam novas funções. Aí vai uma rápida linha do tempo com os principais passos da história da bateria:
Século 12 a.C.:
Na Assíria (atual território de Israel), surgem pratinhos de metal do tamanho da palma da mão capazes de produzir um som bem diferente dos tambores de madeira. O novo instrumento só chegaria à Europa no século seguinte.
Século 14:
Materiais mais sofisticados passam a ser usados na estrutura dos tambores. Os batuques ganham sons mais altos e chamativos e passam a fazer parte dos desfiles militares. No século 17, é a vez de as orquestras acolherem os tambores.
Década de 1890:
Até então, vários músicos tocavam tambores de diferentes tamanhos em uma mesma banda. Com a invenção do pedal, o percussionista passou a tocar vários simultaneamente. Por volta de 1930, surgiram as primeiras bateras com a cara atual, com chimbal, caixa e bumbo.
Década de 1990:
Surgem as baterias eletrônicas. No lugar dos pratos e tambores, pequenas esferas de borracha imitam todo tipo de som.
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Caixa
O que que é? – De madeira ou metal, com pele de acrílico dos dois lados. Seu formato achatado garante um som seco e marcante. As primeiras caixas eram usadas por orquestras militares e fanfarras no século 15
Dica – Além do telecoteco produzido pela pele da caixa, dá para tirar um sonzinho das bordas metálicas do tambor (embora não sejam feitas pra isso)
Chimbal
O que que é? – São dois pratos presos em uma haste, geralmente posicionada à esquerda do baterista. Pode ser tocado tanto com as baquetas quanto com o pedal. Assim como o prato de condução, produz a base da batucada
Dica – Se você quiser um som mais ressonante, deixe os pratos do chimbal mais distantes um do outro
Bumbo
O que que é? – Tamborzão que produz o som mais grave do conjunto. É o único tambor posicionado diretamente no chão e na posição vertical. É tocado exclusivamente com o pedal – normalmente acionado com o pé direito
Dica – Para socar o bumbo com mais força, o pedal deve ser pisado apenas com a ponta do pé, deixando o calcanhar suspenso
Tom-tom
O que que é? – As baterias costumam ter dois, um de som médio e um mais grave. Segundo os bateristas, os tom-tons dão o “colorido” do batuque, graças ao som intermediário entre o grave e o agudo
Dica – O volume e a ressonância crescem de acordo com a profundidade do tambor. Ou seja, tambores mais fundos, também são mais potentes
Pratos
O que que é? – Existem dois tipos de pratos: de condução e de ataque. Os primeiros costumam ficar à direita do baterista e ditam o ritmo da música. Já os de ataque ficam à esquerda e produzem um som mais explosivo
Dica – Os melhores pratos do mundo são os da Turquia, com destaque para os da marca Zildjian
Baquetas
O que que é? – Todas as baquetas são de madeira, mas o material da sua ponta pode variar: madeira (para um som aveludado), náilon (realça os tons agudos), feltro (som suave), ou vassourinhas (timbre mais suave)
Dica – A baqueta deve ter o mesmo tamanho do seu antebraço (parte do braço que vai do cotovelo ao punho)
Surdo
O que que é? – Seu som só não é tão grave quanto o do bumbo. É usado para marcar o tempo e o ritmo da batucada. Também costuma ser usado em baterias de escolas de samba
Dica – Os tambores de madeiras mais porosas, como mogno ou cedro, produzem um som mais aveludado. Para um som mais vivo, prefira madeiras mais compactas, como pinho ou maple