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Como vivem os esquimós?

Por Tiago Cordeiro
25 set 2012, 19h43 • Atualizado em 6 mar 2024, 10h54
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    No gelo e na neve, submetidos a temperaturas de até -45 °C. A palavra “esquimó” se refere a grupos étnicos que ocupam o extremo norte do planeta desde 5 mil a.C. Atualmente, são cerca de 150 mil pessoas, ocupando uma faixa litorânea com cerca de 3 mil km de extensão, que cobre a Sibéria, o Alasca, o norte do Canadá e a Groenlândia. Dentre dezenas de etnias, os inuits são os mais populosos. Eles são tão comuns no Canadá e na Groenlândia que lá “inuit” define os moradores das áreas geladas. O termo “esquimó” é pejorativo – significaria “comedor de carne crua”. Mas, segundo Anna Berge, linguista da Universida de do Alasca, “não é certo que essa seja a origem da palavra. Eles mesmos não se chamam de ‘esquimós’”. Em geral, eles são baixos, com 1,60 m de altura, braços e pernas curtos e fortes. Costumam ser pacíficos e solidários: todos trabalham para o bem da comunidade, e não há classes sociais.

    TAREFAS DIVIDIDAS

    Mulheres fazem o vilarejo funcionar, enquanto os homens viajam para obter comida

    Marido e mulheres

    Quanto mais posses, mais esposas o esquimó pode ter – em geral, no máximo são três. As crianças, consideradas reencarnações dos antepassados, são carregadas nas costas pelas mães para evitar o vento frio. Em comunidades tradicionais, elas não vão à escola e aprendem as atividades dos pais na prática

    Dieta carnívora

    A alimentação dos esquimós, baseada em carne, é usada como exemplo para justificar a dieta de Atkins, sem carboidratos. Como o frio inibe a agricultura e o cozimento (por ser demorado e demandar muita energia), os povos comem muita carne defumada, preparada pelas mulheres em buracos no chão

    Iglu de pau

    Na real, a palavra “iglu” significa “casa”, e o tipo mais comum não é o feito de gelo, mas de madeira. Cada um costuma ter cerca de 25 x 15 m, com telhado inclinado para impedir desabamento por acúmulo de neve. A vila também tem um barracão em que as mulheres fabricam roupas e barcos

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    Dando no couro

    A base do vestuário é pele de foca, de urso e de raposa. Para melhorar o aquecimento, os pelos são voltados para dentro. A fabricação é responsabilidade das mulheres, que mascam o couro e o deixam curtindo na urina delas. Para facilitar a costura, são usados os tendões dos próprios animais

    Dependendo da região, a roupa é mais rústica – manchada de urina – ou mais uniforme e com adereços, resultado do contato com o ambiente urbano

    Pesca na raça

    Dependendo da região, os povos do gelo caçam salmão, foca, urso, raposa ou baleia. Grupos que vivem no Ártico canadense pescam grandes mariscos em perigosas cavernas naturais que surgem, uma vez por ano e por poucas horas,no gelo que cobre lagos e mares. No Alasca, a caça às baleias é feita com pequenos barcos e harpões

    Quando encontram uma baleia no raso (geralmente alimentando filhotes), os esquimós a cercam e lançam as armas até vencer o bicho pelo cansaço

    Caverna fabricada

    Iglus de gelo, só nas viagens de caça e pesca. Eles são feitos com grandes blocos de neve compactada, cortados no solo. Os tijolos são dispostos em espiral, subindo até o teto e coberto por um bloco que, ao mesmo tempo, sela e sustenta a construção.O “cimento” também é gelo – derretido com lamparinas de óleo de baleia

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    O formato arredondado evita que a neve se acumule e derrube o iglu – que pode acomodar até 20 pessoas

    Pode vir quente

    A entrada, cavada no chão, barra o ar gelado. As camas ficam o mais alto possível. Uma fogueira garante a iluminação e o aquecimento, aumentando a temperatura de -45 oC para agradáveis 16 oC. De quebra, o calor interno dá uma leve derretida na neve, que escorre e congela de novo, reforçando a vedação

    Au-automóvel

    Para se locomover por camadas de gelo de até 2 km de espessura, o melhor meio de transporte são os trenós puxados por cães – os malamutes predominam na região do Canadá, e os ruskies, na Sibéria. Os veículos, para até quatro pessoas, chegam a 40 km/h. A navegação é feita com barcos de pele de baleia

    GELO DE TODO JEITO

    Esquimós não têm centenas de palavras para se referir à neve

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    A diversidade de dialetos entre as etnias ajudou a difundir o mito de que os esquimós têm centenas de palavras para “neve”. Para cada povo, são entre cinco e sete palavras. No vocabulário inuit, é assim:

    TLAPA Muito fina, em pó

    TLAMO Cai em flocos grandes

    TLATIM Cai em flocos pequenos

    KRIPYA Neve que derreteu e recongelou

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    TLAYING Misturada com barro

    KRIPLYANA Neve dura e azulada

    CONSULTORIAAnna Berge, linguista da Universidade do Alasca, e Luciana Whitaker, jornalista e autora de 11 Anos no Alasca

    Leia também:

    – Quais são as principais modalidades de esqui?

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    – Já nevou no deserto do Saara?

    – Como são construídos os iglus?

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