Do que é feito o carro blindado?
Com nada de mais: chapas de aço, placas de um composto plástico e vidros recheados com mais plástico ainda. Essa armadura de 200 quilos deixa o carro imune a armas leves. Mas não faz o motorista virar um Super-Homem, ou melhor, um Batman protegido dentro de um inexpugnável Batmóvel. É que o motor do carro, […]
Com nada de mais: chapas de aço, placas de um composto plástico e vidros recheados com mais plástico ainda. Essa armadura de 200 quilos deixa o carro imune a armas leves. Mas não faz o motorista virar um Super-Homem, ou melhor, um Batman protegido dentro de um inexpugnável Batmóvel. É que o motor do carro, para começar, não é protegido. Basta um assaltante encher o capô de chumbo para o veículo não sair mais do lugar. E você, por mais blindado que esteja lá dentro, vira presa fácil. Essa proteção só é útil em assaltos corriqueiros, tipo os de farol, quando o bandido ameaça com armas de mão. Mas, se você for um chefão do tráfico (esperamos sinceramente que não seja…), a blindagem que custa 45 mil reais não vai adiantar nada. Quando seus rivais no “negócio” te emboscarem numa quebrada, descarregando fuzis AR-15 e rifles de uso exclusivo das Forças Armadas, vai ser o fim: as balas vão rasgar o blindado como se ele fosse de cartolina. “Até existem blindagens que protegem contra armas pesadas.
Mas isso é raro. Elas representam pelo menos 800 quilos a mais (haja motor) e saem por uns 200 mil reais”, afirma o engenheiro mecânico Luiz Fernando Ponzini, que trabalha para uma empresa especializada em blindagem. Mas e se você resolvesse arranjar um desses veículos hiper-super-protegidos? A resposta é que não seria tão fácil assim. Para blindar um carro do jeito convencional, contra armas de mão, já é preciso arrumar uma autorização do Exército, que checa a vida e os antecedentes de quem pede essa permissão. Agora, para transformar seu carro num tanque de guerra, com aquela blindagem de 200 mil reais, só provando que você é um alvo óbvio de seqüestro e de tentativas de assassinato. Esse é o caso, aliás, do nosso amigo aqui do infográfico ao lado. Olha só.
Mergulhe nessa
Na internet:
https://science.howstuffworks.com/question476.htm
Veículo reforçado protege bem, mas não é garantia total de vida
MOLDURA DE AÇO
As colunas das portas e a lateral do teto são muito finas para receber placas de aramida. Por isso, essa espécie de moldura do cockpit é revestida por chapas de aço de até 3 milímetros de espessura, no caso da blindagem convencional. Na que protege contra armas pesadas, vai um tipo de aço com espessura equivalente, só que mais forte
COCKPIT DE FÓRMULA 1
O habitáculo onde ficam o motorista e os passageiros é revestido com placas de um composto plástico flexível chamado aramida, mais leve e resistente que o aço. Esse material conhecido como Kevlar, uma marca registrada é usado também para proteger os carros de F-1 em acidentes. Na blindagem antifuzil, ele é substituído por cerâmicas rígidas, compostos ainda mais resistentes
RODA VIVA
Se tiros acertarem os pneus do carro, não tem problema. Eles são revestidos com uma cinta de aço por dentro. Depois que as balas furam a borracha, o carro continua rodando, mas de um jeito meio capenga. Isso é o suficiente para fugir de um ladrão de farol, mas a situação ficaria mais complicada numa perseguição hollywoodiana como esta
ESCUDO TRANSPARENTE
Os vidros de um blindado parecem um sanduíche: várias placas transparentes de policarbonato (um plástico resistente) são intercaladas com chapas de vidro. Na blindagem contra armas de mão, eles ficam com 2,1 centímetros de espessura, no máximo. Na mais poderosa, que resiste a fuzis, passa de 4 centímetros. Um vidro comum tem só 0,6 centímetro de espessura
CALCANHAR-DE-AQUILES
O ponto fraco de qualquer carro blindado é o motor, que fica desprotegido e pode pifar se receber tiros certeiros. Por isso, quando o dono do veículo é alguém que sofre ameaças de assassinato como acontece com muitos juízes e políticos, por exemplo , o carro blindado é apenas parte de um esquema de proteção, que ainda inclui uma escolta armada