Algumas serpentes realmente são chamadas assim, mas, na verdade, elas não voam e sim planam. Essas espécies de cobras, encontradas apenas nas florestas tropicais do Sul e Sudeste da Ásia, são capazes de percorrer no ar distâncias de mais de 100 metros, fazendo curvas de 90 graus durante a trajetória. Mas elas não conseguem decolar do chão, por isso, tecnicamente não voam. Para planar, as serpentes têm que partir de um lugar alto, como copas de árvores, além de modificar suas formas para melhorar a aerodinâmica. “Quando ela está no ar, o corpo fica completamente achatado, assemelhando-se ao aerofólio de um carro”, diz o biólogo Jake Socha, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, um dos maiores especialistas do mundo nesses animais. O que os cientistas como Socha até hoje ainda não conseguiram explicar é o motivo que faz as cobras arriscarem essas peripécias aéreas.
– Como é feito o ritual de encantamento de serpentes?
Uma das hipóteses é que elas planam ao fugir de predadores – macacos e outras cobras – e ao perseguir suas presas – pequenos lagartos, pássaros, sapos e morcegos. Outra tese é de que elas usam o recurso simplesmente para se deslocar de um lugar a outro. Existem no mundo cinco espécies de cobras voadoras, todas do gênero Chrysopelea. A menor delas (Chrysopelea ornata) mede 60 centímetros e a maior (Chrysopelea pelias), 1,20 metro. Mas nem mesmo esta grandona ameaça as pessoas. “Essas cobras têm pequenas presas no fundo de suas bocas e injetam um pouco de veneno, mas são inofensivas para os seres humanos”, afirma Socha, que já foi picado várias vezes por elas.