Um grupo de peixes da ordem dos gasterosteiformes – dos quais o mais conhecido é o cavalo-marinho (Hippocampus hippocampus) – passa por uma experiência muito parecida com a gravidez. “O que acontece é que eles incubam os filhotes na barriga”, afirma o biólogo Cláudio Gonçalves Tiago, do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (USP). O acasalamento dos cavalos-marinhos ocorre na primavera. Durante o ato, a fêmea flutua acima do macho e deposita os óvulos numa pequena bolsa (parecida com a dos cangurus) na barriga do parceiro. Ali, os óvulos são fecundados pelos espermatozóides e permanecem de quatro a oito semanas, até ficarem maduros. Quando os filhotes estão prontos para nascer, o macho se contorce para expulsar os minúsculos cavalos-marinhos, que são transparentes e medem cerca de 5 milímetros cada um. Certos peixes do mesmo grupo até dispensam a tal bolsa, mantendo os ovos presos diretamente na barriga.
Apesar dessa quase gravidez, os machos dessas espécies preservam todas as características masculinas, como a produção de espermatozóides e de hormônios específicos do próprio sexo.