Lego inicia linha sustentável com matéria-prima brasileira
Empresa quer substituir plástico de petróleo até 2030.
A companhia de brinquedos Lego inovou no mercado ao lançar as primeiras peças feitas de polietileno obtido da cana-de-açúcar, conhecido como “plástico verde” e produzido por uma empresa brasileira. A medida substitui o uso do acrilonitrila butadieno estireno, o plástico ABS, derivado do petróleo e com grande impacto ambiental.
Desde 2015, a marca vem trabalhando a ideia de ser sustentável. O objetivo é que e a nova matéria-prima esteja em todas as peças até 2030. No início, apenas peças referentes a elementos da natureza, como arbustos e árvores, estão sendo feitas com o material — o correspondente a 2% da produção.
Há controvérsias sobre a qualidade do material e sua aptidão para a confecção de blocos Lego — alguns críticos da ideia afirmam que plásticos sustentáveis não são tão rígidos, duráveis e fáceis de serem coloridos quanto o ABS. Outro argumento contrário é de que a solução é paradoxal, pois, com o aumento do uso de cana-de-açúcar para a produção de polietileno, a indústria de etanol perderia matéria-prima e os combustíveis fósseis tenderiam a serem mais consumidos.
Segundo a empresa, porém, o novo plástico é tecnicamente idêntico ao anterior. A Lego garante que os brinquedos feitos com ele foram testados exaustivamente a fim de que os padrões de qualidade e segurança fossem atendidos com êxito. “As crianças e os pais não irão notar qualquer diferença na qualidade ou aparência dos novos elementos, porque o polietileno obtido de plantas tem as mesmas propriedades que o convencional”, afirma Tim Brooks, vice-presidente de Responsabilidade Ambiental no Grupo Lego, em um comunicado à imprensa.
A decisão não é a única da marca que visa reduzir o impacto ambiental. A empresa se propôs também a reduzir a emissão de CO2 na elaboração de seus produtos, decisão tomada em parceria com a ONG World Wildlife Fund (WWF).