Um pedacinho de cocô duro. Normalmente, é isso que detona a inflamação do apêndice. Diz a lenda que sementes de uva e de mamão também poderiam provocar o problema. Mito. “Por serem muito pequenas, elas geralmente são expulsas com facilidade”, diz o gastroenterologista Flávio Speinwurz, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Os primeiros sinais da apendicite são dor abdominal não localizada, mal-estar geral e febre baixa. Os médicos costumam reconhecer a doença só com uma avaliação clínica, mas exames como raios X e ultrassonografia confirmam o diagnóstico. Daí, a única solução é extrair o órgão, e rápido. “Se passar mais de três dias, há risco de ele estourar e causar uma infecção generalizada”, afirma a gastroenterologista Mariza Kobata, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Mas o apêndice pode ser retirado sem nenhum problema? Sim. Ele, como as amídalas, não tem uma função bem definida no corpo.
As vítimas dessa inflamação são eleitas aleatoriamente. Uma alimentação balanceada, com bastante água e fibras, garante o bom funcionamento do intestino, mas não impede que alguém saudável venha a ter uma crise de apendicite.
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Festa no apêndice Obstrução dessa parte do intestino detona o problema
1. O apêndice é uma bolsinha de cerca de 10 centímetros localizada no começo do intestino grosso. Por essa região circulam nossas fezes ainda em estado bem pastoso
2. As fezes entram e saem do apêndice. Mas, como essa bolsinha é estreita, um bolinho de cocô mais sólido, chamado de fecalito, pode obstruir a entrada do apêndice
3. A obstrução faz as células do apêndice incharem e torna as paredes internas do órgão mais permeáveis, permitindo a entrada de bactérias. Resultado: inflamação e a crise de apendicite