O que é a Teoria Pixar?
A tese formulada pelo escritor Jon Negroni afirma que todos os filmes do estúdio estão conectados. Conheça todos os segredos
ILUSTRA: Vitor Cafaggi
A tese formulada pelo escritor Jon Negroni afirma que todos os filmes do estúdio estão conectados. Conheça todos os segredos.
1. Tudo começa em Valente. A bruxa do filme (que some quando as portas se fecham atrás dela) possui uma mágica que faz os animais falarem. É essa mágica que, passada às próximas gerações, teria permitido a alguns animais do futuro falar e se tornar racionais. Isso explica como, em Ratatouille, o rato Remy consegue falar com os humanos e ter personalidade diferente da de seus colegas
2. Sabemos que, no final de Ratatouille, o vilão Skinner desaparece. A teoria é que, de alguma forma, ele entrou em contato com Charles Muntz, o vilão de Up, e lhe contou sobre esse incrível potencial dos animais. Foi daí que surgiu a ideia de inventar os colares que traduzem os pensamentos dos animais. Após o final do filme, os bichos são libertados e se espalham pelo mundo
3. Talvez para reagir ao crescimento dos animais racionais, os humanos apostaram num desenvolvimento tecnológico irrefreado. É isso que possibilitou o surgimento de megacorporações como a Buy-n-Large (BnL) de Wall-e, que controlava quase tudo no planeta quando o mundo “acabou”, fabricando desde pilhas (Toy Story) até máquinas de construção (Up)
4. Antes de o mundo acabar, porém, o conflito humanos versus animais se acirrou. A BnL aparece em Procurando Nemo, um filme que se passa numa época em que os dois lados já estão mais hostis um com o outro. Os Incríveis também se passaria na época, mostrando as máquinas (controladas pela BnL) ajudando Síndrome a exterminar os heróis
5. Até agora, sabemos que os humanos desenvolveram tecnologia para superar os animais e que as corporações acabaram virando empresas malignas. É por isso que a briga muda: agora são humanos contra a tecnologia, ou melhor, contra as máquinas. Em Os Incríveis, são elas que estão controlando Síndrome, e não o contrário
6. Os brinquedos de Toy Story também se encaixam como “máquinas”. Nos três filmes, há exemplos de eles se revoltando contra humanos. Mas Toy Story nos dá uma informação importante: as máquinas precisam dos humanos como fonte de energia. É por isso que, em Wall-e, uma porção da humanidade é conservada nas naves do Axiom
7. Depois que a Terra é esvaziada, o planeta é habitado pelas máquinas, como visto em Carros. Só que a falta de humanos gera também uma falta de energia – e esse é o motivo real da crise vista em Carros 2. No final de Wall-e, vemos a planta na bota se transformar em uma árvore
8. Essa nova árvore, que reinicia a vida na Terra, é a mesma de Vida de Inseto. Nesse filme, dá para ver que as formigas possuem uma sociedade avançada (mais do que os peixes de Nemo, por exemplo), mas não há nenhum humano à vista. É porque o repovoamento ainda está no começo e há poucas pessoas andando pela Terra
9. Após o repovoamento, a evolução das espécies leva ao surgimento das criaturas de Monstros S.A. O universo deles, na verdade, é a Terra num futuro distante. Só que os monstros precisam dos humanos como fonte de energia (assim como os brinquedos de Toy Story) e, por isso, usam as portas para viajar ao passado. É isso mesmo: não são portais dimensionais, mas sim temporais
10. Boo é a última ponta da história. Obcecada em saber por que os animais normais não são como os monstros, ela descobre como viajar no tempo e desenvolve a mágica que faz os animais falarem. Sim, ela vira a bruxa de Valente! Há duas “provas”: uma é que, em Valente, dá pra ver rapidamente um desenho do Sully na casa da bruxa. A outra é que a bruxa some atrás de portas. Ou seja, ela não desaparece, apenas viaja no tempo
Curiosidade: Vemos até o caminhão da Pizza Planet em uma escultura de madeira da bruxa, e isso só faz sentido se ela já tiver visto um