O que é rock progressivo?
Outro precursor importante foi o grupo Moody Blues, cujo álbum Days of Future Passed (1967) também usava orquestra sinfônica
É um estilo musical que surgiu na Inglaterra, na segunda metade dos anos 60, buscando uma fusão da música pop e do rock com outros gêneros de harmonia mais complexa. “As composições misturavam música clássica, jazz e até folclore celta, explorando ao máximo a revolução tecnológica que ocorria nos estúdios de gravação e teclados eletrônicos como o sintetizador”, afirma o jornalista Leonardo Nahoum, autor do livro Enciclopédia do Rock Progressivo. Na sua essência, o som progressivo extrapolava o formato canção em músicas com longuíssimos trechos instrumentais, muitas vez compondo os chamados “álbuns conceituais”, discos que contavam uma história ou possuíam alguma ligação temática entre suas faixas. Tudo isso já estava presente no rock psicodélico de Sgt. Peppers (1967), obra-prima dos Beatles com suas ousadas experiências com orquestras sinfônicas, toques indianos e influências de compositores da vanguarda eletrônica como Stockhausen.
Outro precursor importante foi o grupo Moody Blues, cujo álbum Days of Future Passed (1967) também usava orquestra sinfônica para uma versão rock da Sinfonia do Novo Mundo, do erudito Dvorák. Vale lembrar também a ópera-rock Tommy (1969), do grupo The Who, outro marco dos “álbuns conceituais”. Tudo isso contribuiu para a proliferação de bandas progressivas na primeira metade dos anos 70, o auge do gênero, representado por seus expoentes mais populares: Pink Floyd, Yes, Genesis e o trio Emerson, Lake & Palmer (EL&P). A decadência dos progressivos, porém, foi rápida, provocada por seu inimigo número 1, o punk, surgido em 1976, com o ideal de resgatar a crueza básica do rock’n’roll e acabar com o que consideravam masturbação musical, egolatria e frescura de classe média.
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Discografia básica Uma seleção das bandas progressivas mais populares e suas obras mais representativas
1971
Nursery Cryme – Genesis
Canções que compõem verdadeiras peças teatrais, interpretadas com maestria pelo vocalista Peter Gabriel (substituído em 1975 pelo baterista Phil Collins)
1972
Close to the Edge – Yes
Contém apenas três faixas. Uma delas, “And You and I”, foi reduzida especialmente para tocar nas rádios americanas e obteve grande sucesso
Thick as a Brick – Jethro Tull
Álbum conceitual de uma única faixa. O grupo liderado por Ian Anderson já havia obtido grande sucesso em 1969 com uma versão de Bach (“Bouree”)
Per un Amico – Premiata Forneria Marconi
Esse álbum do trio italiano chamou a atenção dos ingleses do EL&P, cujo apadrinhamento ajudou a ganhar fãs no mundo inteiro
Focus 3 – Focus
O terceiro álbum desse grupo holandês vendeu mais de 7 milhões de discos no mundo todo – feito surpreendente para um trabalho quase sem vocais inglês.
1973
Brain Salad Surgery – Emerson, Lake & Palmer
O tecladista Keith Emerson e o baterista Carl Palmer estavam entre os mais extravagantes músicos de sua geração. É só ouvir esse disco para saber por quê
The Dark Side of the Moon – Pink Floyd
O quarto disco mais vendido da história do rock, ficou 741 semanas na parada americana. Foi inspirado no fundador da banda, Syd Barrett, que teve de deixá-la ao ficar esquizofrênico
In a Glass House – Gentle Giant
Grupo menos conhecido dos progressivos ingleses, mas talvez o mais sofisticado instrumentalmente. Com forte influência da música renascentista, soa muitas vezes como um quarteto de câmera de outro planeta
1974
Red – King Crimson
O último disco gravado em estúdio na década de 70 pela banda, liderada pelo cultuado guitarrista Robert Fripp. O grupo retornou modernizado em 1981, conquistando até fãs da geração new wave
1975
Snowgoose – Camel
Álbum conceitual inspirado em livro homônimo do escritor americano Paul Gallico. Conta a história de um corcunda que se isola da sociedade e cuida de aves feridas. Seu melhor amigo é um ganso