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O que foi o movimento punk?

A resposta em atitude e som aos hippies e à pompa do rock progressivo

Por Victor Bianchin
Atualizado em 22 fev 2024, 10h46 - Publicado em 13 ago 2012, 19h08
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    Foi um estilo musical criado na década de 70 e a cultura ao redor dele. Surgiu em Nova York a partir de 1974, quando os frequentadores da casa de shows CBGB e da cena underground local (usuários de drogas, poetas de rua, transsexuais e outros) formaram e apoiaram bandas que se opunham ao pomposo rock progressivo de bandas como Yes, que faziam muito sucesso na época.

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    No Reino Unido, especialmente em Londres, o movimento ganhou versão própria, com bandas icônicas como Sex Pistols e The Clash. Por lá, o surgimento do punk coincidiu com um momento político delicado, o que contribuiu para que muitas bandas criticassem o governo em suas músicas. No começo dos anos 80, o gênero deu lugar à new wave e ao pós-punk como estilos predominantes de rock.

    REBELDES COM CAUSA

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    Em oposição ao movimento hippie, o punk apoiava a individualidade e a independência

    Passarela Irada
    O grupo britânico Sex Pistols nasceu em uma loja de roupas, a Sex, e seu visual foi criado pela estilista Vivienne Westwood, que trouxe de Nova York as peças rasgadas, os rebites, os alfinentes e os toques eróticos. Essas tendências e o incentivo à individualidade estimularam os punks a bolar visuais únicos. Até os cabelos curtos eram um manifesto: opunham-se às longas madeixas dos hippies.

    Juntando os gêneros
    O punk abriu a cabeça dos roqueiros para outros estilos. O grupo The Clash, por exemplo, pegou elementos do reggae. Já o Television bebeu na fonte do jazz e o Blondie, da disco. Na mesma época se destacou o ska, fusão de rock e reggae. E a vibe comunitária favoreceu subgêneros influentes, como o hardcore e o psychobilly.

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    Enfrentando o sistema
    O punk era influenciado, principalmente na Inglaterra, pelo movimento Situacionista e por ideais anarquistas e socialistas. A maioria das bandas era formada por gente pobre, que não via futuro com as ações do governo. Superpolitizado, o The Clash apoiava os rebeldes do movimento sandinista, da Nicarágua.

    Presença feminina
    Com sua política acolhedora, o estilo abriu espaço para as mulheres. Elas passaram a integrar e até liderar bandas – entre os nomes importantes estavam Patti Smith, Debbie Harry e as The Slits. Mas nem todos os adeptos eram tão inclusivos e nem todas as bandas com meninas tinham discurso feminista.

    Se quiser bem feito…
    A política DIY (“do it yourself”, ou “faça você mesmo”) pregava que músicos e fãs não dependiam de grandes corporações. Dessa ideologia, surgiram as gravadoras independentes e os fanzines, que ganharam popularidade e respeito. O DIY se expandiu para a moda e para o design – eram comuns pôsteres, flyers e roupas feitos à mão.

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    Filho da anarquia
    Os estilos que tomaram o lugar do punk derivavam dele. Mesmo alguns que surgiram muito depois, como o grunge (Kurt Cobain afirmava que sua banda, Nirvana, era punk). Ele também foi a base dos movimentos riot- grrrl e queercore, defensoras da inclusão de mulheres e gays na música. Hoje, ainda sobrevive como gênero musical e ideologia, embora com menos proeminência.

    MÚSICAS ESSENCIAIS

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    The Clash – “London Calling”
    Faixa-título de um disco histórico, “London Calling” tinha letra que punha o dedo na ferida dos britânicos

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    Sex Pistols – “God Save The Queen”
    Reza a lenda que a própria Elizabeth II proibiu que essa música chegasse ao primeiro lugar da parada britânica

    Ramones – “Blitzkrieg Bop”
    Os Ramones foram a primeira banda propriamente punk e lançaram vários hinos como esse, do primeiro álbum

    NO BRASIL
    No final dos anos 70, em plena ditadura, nosso país também criou sua cena punk, que começou em São Paulo e Brasília e depois se alastrou para outros estados. Como os discos estrangeiros eram difíceis de encontrar, os fãs gravavam fitas K7 e compartilhavam. Grupos como Cólera, Olho Seco e Aborto Elétrico seguiam o estilo e a sonoridade das bandas estrangeiras.

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    FONTES Livros The Encyclopedia of Punk, de Brian Cogan, e England’s Dreaming, de Jon Savage, e documentário Botinada – A História do Punk no Brasil, de Gastão Moreira

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