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O que são os evangelhos apócrifos?

Para um texto descoberto ser considerado sagrado é preciso ter a autoria reconhecida de um dos apóstolos de Cristo

Por Sheyla Miranda
Atualizado em 22 fev 2024, 11h29 - Publicado em 4 abr 2011, 14h50
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  • São livros que descrevem a vida de Jesus, mas que a maioria das igrejas cristãs consideram ilegítimos. Por isso, eles não entram no cânon – conjunto de textos considerados sagrados – da Bíblia. Além dos evangelhos, porém, há outros tipos de apócrifos que descrevem, por exemplo, a origem e o fim do mundo, como fazem o Gênesis e o Apocalipse bíblicos, respectivamente. “O cânon foi estabelecido para unificar a fé cristã, delimitar o que era dito a respeito de Deus e seu Filho e para reforçar seus dogmas. Aqueles textos que, segundo a Igreja, não têm autoria de um apóstolo (caso dos apócrifos) ou têm conteúdo divergente do texto bíblico, não podem ser considerados sagrados”, diz Jonas Lopes, doutor em Teologia e Ciências da Religião e pesquisador de textos apócrifos cristãos. Mesmo entre os cristãos, não há consenso sobre o cânon sagrado: a Bíblia católica tem sete livros a mais que a protestante, por exemplo. Os evangelhos apócrifos e o Apocalipse de Pedro não são considerados sagrados por nenhuma igreja cristã, salvo as exceções em alguns dos casos abaixo.

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    Bíblia alternativa
    Alguns textos rechaçados por católicos e protestantes são sagrados para outras vertentes do cristianismo

    ENOQUE I

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    SÓ É SAGRADO PARA Igreja Judaica de Beta Israel, Igreja Ortodoxa da Etiópia, Igreja Ortodoxa da Eritreia
    O autor seria Enoque, bisavô de Noé. Conta a história dos vigilantes: anjos caídos que fecundam mulheres humanas e geram uma raça de gigantes devoradores de homens. Esses gigantes, que seriam a causa do mal na Terra, não são mencionados na Bíblia

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    EVANGELHO DE FELIPE

    Além de declarar que “Deus é um devorador de homens”, apresenta Maria Madalena como possível companheira de Jesus. É neste texto que se baseiam os que acreditam existir uma linhagem de descendentes de Cristo. Soa familiar? O apócrifo influenciou O Código Da Vinci

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    EVANGELHO DE JUDAS

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    Revelado em 2006, teria sido escrito por Judas Iscariotes, o odiado traidor de Jesus. Ao contrário do que contam os quatro evangelhos canônicos, Judas seria o discípulo mais fiel e próximo de Cristo. Segundo o relato, o mestre ordena ao seu favorito que o denuncie e guarde o segredo dos colegas

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    APOCALIPSE DE PEDRO

    Descreve como seriam as punições no inferno e os prazeres do céu. Debaixo da terra, mulheres adúlteras são penduradas pelos cabelos, os pecadores ficam em um lago de sangue e restos mortais, os blasfemos são pendurados pela língua e os homossexuais ficam subindo e descendo morros. Obs.: Na Bíblia, a descrição sobre o Juízo Final não é tão pesada como no Apocalipse de São Pedro

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    EVANGELHO DA INFÂNCIA SEGUNDO TIAGO

    Refere-se à vida dos pais e avós de Jesus, mas diverge intensamente do texto bíblico. Os pais de Maria são infelizes por não ter filhos, até que Joaquim jejua no deserto por 40 dias e 40 noites, recebe uma intervenção divina e então nasce Maria. A mãe de Jesus chega a ser recusada pelo noivo José, que só aceita levá-la para casa ao ser ameaçado de castigo

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    JUBILEUS

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    SÓ É SAGRADO PARA Igreja Ortodoxa da Etiópia

    O livro divide em jubileus – períodos de 49 anos – a história do mundo desde a Criação até o profeta Moisés receber os Dez Mandamentos. Num dos relatos mais polêmicos, Caim, filho de Adão e Eva, se casa com a irmã, Avan – fato não registrado na Bíblia

    Curiosidade: Livros descartados por autoridades religiosas também existem em religiões orientais. A Rigveda, do hinduísmo, é composta de 1.028 hinos e tem 11 apócrifos

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    CAMINHO SAGRADO
    É difícil, mas um livro novo pode se tornar oficial para o catolicismo

    Se novos textos de conteúdo cristão forem encontrados, é preciso que uma equipe de arqueólogos e pesquisadores ateste a legitimidade dos documentos. Isso aconteceu com os manuscritos do mar Morto, na década de 40. Porém, para ser incluído no cânon católico, o conteúdo teria de passar pelo crivo de uma comissão formada por autoridades da Igreja. Já para ser considerado sagrado, é preciso ter a autoria reconhecida de um dos apóstolos de Cristo

    FONTES Os Evangelhos Apócrifos, de Joseph Carter; Apocrifos del Antiguo y del Nuevo Testamento (vários autores)

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