Piadas sem graça grudam na memória porque são previsíveis. Quem conta essa é o neurocientista americano Robert Provine, da Universidade de Maryland. Seus estudos apontam que piadas fracas seguem linhas de raciocínio com as quais o cérebro já está acostumado – isso também explica por que ninguém dá risada. Em anedotas engraçadas, por sua vez, o final quebra a sequência lógica dos fatos, surpreendendo o ouvinte e provocando o riso. O problema é que essa quebra chama mais atenção do que todo o resto da história que passou. Por isso é tão difícil se lembrar da última do português quando é sua vez de contar uma piada na roda de amigos.
QUER QUE EU DESENHE?
A piada abaixo foi eleita a “mais engraçada do mundo” entre 40 mil piadas por um site de humor em 2002
1. Em geral, a piada é breve e começa como uma história comum, com personagens fáceis de ser lembrados pela maioria das pessoas – o português, a sogra, o chefe – passando por situações triviais. Assim fica fácil guardar na memória…
2. Esta cena abre caminho para um dos principais recursos narrativos que fazem uma piada ser boa. A partir daqui, é possível contar um fato que ninguém estava esperando e quebrar a sequência lógica dos acontecimentos
FINAL 1: Quando a narrativa toma um rumo inesperado, rola a risada. Mas essa peça diferente, que torna a piada boa, chama mais atenção do que o resto da história, e é isso que atrapalha na hora de se lembrar de como a anedota se desenrolou até chegar aqui
FINAL 2: Se tudo termina com um jeitão previsível, o riso não vem, mas a história se encaixa na memória. Por isso, quando for relembrar uma piada para contar em público, desconfie se ela vier muito rápido à mente