Quais os castigos escolares mais absurdos?
Pauladas, reguadas, socos, amarrações, exercícios exaustivos e até humilhações, como lamber fezes
Pauladas, reguadas, socos, amarrações, exercícios exaustivos e até humilhações, como lamber fezes. E não pense que isso é coisa do passado: há exemplos recentes de todos esses abusos.
Punições físicas nas escolas ainda são comuns. Até países desenvolvidos, como Coreia do Sul, França e EUA, ainda permitem golpes de palmatória (colégios particulares da Inglaterra também podem usá-la).
Mas o pior rola na Ásia e no Oriente Médio, onde os sistemas disciplinares são ainda mais rígidos. Instituições de proteção aos menores, como a Unicef, costumam observar os dados sobre evasão escolar para tentar identificar violência nas escolas – países com aulas violentas apresentam altos índices de desistência.
Confira alguns casos extremos que transformaram a sala de aula em câmaras de tortura
1) Achou melhor apanhar
ONDE EUA
Há 19 estados que permitem a agressão disciplinar. Se os pais não querem que o filho seja espancado, precisam enviar um documento à direção do colégio no início do ano letivo. No Texas, em setembro de 2012, uma adolescente que deixou um colega copiar sua lição preferiu receber golpes de palmatória a ser suspensa para não comprometer o rendimento escolar
2) Antibullying radical
ONDE Portugal
A União Europeia tem um estrito acordo para proibir esse tipo de atitude. Mas ainda há casos esporádicos que chocam o público. Em 2010, um pai português descobriu que, numa aula de computação, um educador puxou o cabelo de seu filho de 10 anos e bateu a cabeça dele várias vezes contra o teclado só porque o garoto havia rido de um colega!
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3) Evasão em massa
ONDE Paquistão
Apesar de ter um código penal que proíbe a violência na sala de aula, o Paquistão é terra de ninguém. Estima-se que 35 mil crianças abandonem a escola todo ano por sofrerem abusos. Em 2008, Muddassar Aslam, 14 anos, morreu de hemorragia interna depois de apanhar de um professor com um pau. Seu “crime”? Não ter feito a lição de casa!
4) Rachar a cuca
ONDE Bangladesh
Outro país sem código penal contra violência escolar e cheio de casos graves. É comum o professor bater com pau ou palmatória na cabeça e nas pernas dos estudantes, pressionar suas mãos com canetas ou lápis e até amarrar os mais bagunceiros. Em 2000, uma menina de 6 anos desmaiou após apanhar na cabeça por estar comendo amendoim
5) Vai custar caro
ONDE EUA
O estado de Nova York não permite castigo corporal, mas ainda há incidentes. Em junho de 2012, no distrito de Brooklyn, um garoto de 15 anos apanhou do professor e do inspetor por ter tentado entrar na escola atrasado. Câmeras registraram tudo e a mãe dele está processando o estado, exigindo US$ 5,5 milhões – indenização recorde para casos desse tipo
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6) Que m%$#@ de aula
ONDE Nepal
Nesse país, é difícil combater as punições, já que até os pais concordam com a disciplina dura. A pior história aconteceu em 2000: 18 crianças foram obrigadas a lamber fezes (!) simplesmente por não terem decorado a tabuada. Uma garota de 10 anos foi pendurada de cabeça para baixo porque o diretor desconfiou que ela tivesse roubado uma maçã
7) Barra pesada
ONDE Oriente Médio
Espalhadas pela região, as madrassas são escolas islâmicas que oferecem abrigo e comida a estudantes de áreas mais carentes. Esse é o único tipo de educação acessível aos pobres. Em 2007, um jovem paquistanês chamou a polícia depois de escapar de uma sessão de tortura por indisciplina. Outros 24 foram torturados e até estuprados pelos professores
8) Correr até morrer
ONDE Índia
Em algumas cidades, 70% dos indianos entre 6 e 14 anos já relataram abuso. São reguadas, beliscões ou sessões ajoelhados sob o sol, no frio ou num piso irregular. Em janeiro de 2011, num internato de orientação inglesa, um aluno foi forçado a correr pelo pátio por ter perdido três dias de aula. Faleceu depois de duas voltas, provavelmente por parada cardíaca
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E NO BRASIL?
Lei pode aprovar pena criminal para violência escolar
Nosso histórico também não é dos melhores: a expressão “dar a mão à palmatória” vem de uma punição comum nas escolas brasileiras até os anos 60, uma “colher” de madeira usada para bater nos alunos. Hoje, o Estatuto da Criança e do Adolescente protege as crianças brasileiras de tratamento desumano, violento e humilhante. Mas não há nenhuma proteção legal caso ela seja de fato agredida (em casa ou na escola). Uma lei em trâmite no Senado pode aprovar, de forma inédita, uma pena criminal por violência escolar ou doméstica contra crianças.
FONTES Comissão de Direitos Humanos, Unicef (Ásia), revista Time e sites ABC, BBC, Humanitarian News and Analysis, End Corporal Punishment e Learn Without Fear