Quais os tipos de cirurgia de redução de estômago?
Estes infográficos revelam como são feitos os dois tipos de cirurgia bariátrica mais comuns no Brasil
PERGUNTA Marcos Silva Eiras, Rio Pomba, MG
Há vários procedimentos para restringir a entrada de alimento no estômago – apesar do nome, só um deles realmente reduz o órgão. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina autoriza seis tipos de cirurgia bariátrica (esse é o termo médico correto). A mais popular consiste em uma espécie de ligação direta com o intestino, impedindo que o estômago absorva as calorias e os nutrientes da comida. A operação que literalmente corta fora uma parte do estômago é a segunda mais feita.
Havia ainda um procedimento que implantava um anel de silicone no estômago, bastante utilizado no passado. Mas ele não é mais feito. Além de não provocar perda significativa de peso, podia trazer complicações.
Nenhuma dessas cirurgias é indicada para quem só quer perder quilinhos extras. Elas são apenas para obesos extremos, com IMC (índice de massa corpórea) igual ou maior que 40 (para calcular seu IMC, divida seu peso pela altura multiplicada por si mesma). Depois do procedimento, que dura cerca de duas horas, os pacientes perdem entre 70% e 80% do excesso de peso.
A primeira cirurgia bariátrica foi realizada em 1954, depois que os médicos observaram que pacientes que passavam por cirurgias para tratar traumas e infecções no intestino emagreciam muito. A princípio, o procedimento diminuía o intestino delgado, dificultando a absorção dos alimentos. Só depois as técnicas passaram a focar só o estômago.
ATALHO SECRETO
A bypass é a opção mais realizada no Brasil. O estômago permanece no corpo, mas até 80% dele é desativado. Por meio de um grampo ou uma costura apertada na boca do órgão, os médicos fazem uma ligação direta entre o que restou dele e as partes posteriores do intestino. Essa alteração ajuda a manter a redução de peso a longo prazo.
CORTE PELA RAIZ
A gastrectomia vertical (GV) extrai até 75% do estômago, deixando-o com a aparência de um tubo que conecta o intestino e o esôfago. A perda de peso após a cirurgia é bem acentuada. Pacientes diabéticos também melhoram rapidamente, eliminando ou diminuindo substancialmente o uso de insulina.
CONSULTORIA Roberto Rizzi, médico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Otávio de Azevedo, especialista em cirurgia do aparelho digestivo e doutor em ciências da saúde pela Unifesp, e Jonah Shiroki, médico cirurgião