A fruta com o mais alto teor já descoberto dessa vitamina é o camu-camu, originário das regiões alagadiças da Amazônia chamadas de igapós. De cor vinho e do tamanho de uma jabuticaba, o camu-camu apresenta concentração média de 2 880 miligramas de vitamina C para cada 100 gramas de polpa. A acerola, por sua vez, possui uma média de 1 790 miligramas de vitamina para cada 100 gramas de polpa, enquanto a laranja tem cerca de 40 mg. Além dessas frutas, a vitamina C está presente também no caju, no morango, no limão, no espinafre, no tomate, no brócolis, no pimentão-verde e na batata, entre outras hortaliças.
As áreas de igapó onde se encontra o camu-camu ficam localizadas ao longo dos rios de águas escuras da Amazônia e permanecem alagadas em torno de seis meses por ano. A fruta recordista em vitamina C ainda não é aproveitada comercialmente e é difícil de ser encontrada fora da região de origem.
A vitamina C é muito importante para o organismo humano. Sua falta provoca o escorbuto, doença que leva ao enfraquecimento dos ossos e da gengiva, provocando até a queda dos dentes. Passar alguns meses sem essa vitamina pode levar à morte. Antigamente, o escorbuto era bastante comum em navios, durante viagens mais demoradas, até descobrirem que a inclusão de laranjas no cardápio evitava a doença.
Segundo o bioquímico Júlio Tirapeg, da Universidade de São Paulo, a vitamina C existente no camu-camu e na acerola, em forma de ácido ascórbico, não é totalmente absorvida pelo organismo. “Somos capazes de aproveitar apenas 70 miligramas por dia”, diz ele. O restante é eliminado pela urina. Mas, enquanto ela permanece dentro do corpo, essa vitamina evita a formação de radicais livres – moléculas com átomos soltos de oxigênio, capazes de atacar células até destruí-las. Infecções por bactérias ou vírus levam ao aumento desses radicais no organismo. Dessa forma, a vitamina C aumenta a resistência às infecções.