Qual a fórmula para criar um vencedor do Oscar?
Analisando estatisticamente os ganhadores da categoria de melhor filme entre 1998 e 2012, dá pra notar certos padrões na premiação
É claro que não há uma receita infalível. Mas, analisando estatisticamente os ganhadores da categoria de melhor filme entre 1998 e 2012, dá pra notar certos padrões na opinião dos mais de 6 mil membros votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que concede o prêmio. Pensando nessas tendências, listamos a seguir algumas dicas para quem quiser tentar abocanhar o troféu máximo. (Agora, se você quiser usá-las apenas para tentar ganhar o bolão de apostas com os amigos, a gente jura que não conta pra ninguém.)
ESTREIE EM DEZEMBRO
Nos EUA, o último mês é o período tradicional para lançar películas “sérias”. Entre todos os laureados como melhor filme até 2012, 40% chegou às salas nessa época. Mas quatro dos cinco vencedores nos anos anteriores saíram em novembro – driblando assim a avalanche de aspriantes ao Oscar comum em dezembro. Será uma nova tendência? Na disputa de 2016, O Regressoe A Grande Aposta estrearam em dezembro; Brookyln, Ponte de Espiões, O Quarto de Jack e Spotlight saíram em outubro; O Marciano, em setembro; e Mad Max: Estrada da Fúria, lááááá atrás, em maio.
NÃO TENHA PRESSA
Marqueteiros de Hollywood recomendam que um filme não ultrapasse os 100 minutos. Essa é a duração ideal, segundo pesquisas com o público. Mas a regra não vale para o Oscar. Em média, os 15 vencedores entre 1998 e 2012 duraram 135 minutos. Dos indicados em 2016, O Regresso é o mais longo, com 156 minutos; e Brooklyn, o mais curto, com 111. A maioria passa das duas horas
GASTE POUCO
Entre 1997 e 2011, só quatro campeões eram superproduções: Titanic, Gladiador, O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei e Os Infiltrados. O gráfico não nega: o orçamento dos premiados é cada vez mais modesto. Os últimos quatro vencedores gastaram apenas US$ 15 milhões cada um! Em 2016, essa tendência trabalha contra Mad Max: Estrada da Fúria (orçamento estimado: US$ 150 milhões), O Regresso(US$ 135 milhões) e O Marciano (US$ 108 milhões); e a favor de filmes independentes como O Quarto de Jack e Brooklyn
TENHA FÃS NOS SINDICATOS
Pouco antes do Oscar, são entregues os troféus dos sindicatos dos diretores (o DGA), dos atores (o SAG), dos roteiristas (o WGA) e dos produtores (o PGA). Muitos dos eleitores nesses grupos também integram a Academia – ou seja, uma vitória nesses prêmios é um bom presságio. Veja a porcentagem de vezes em que o favorito de cada sindicato coincidiu com o do Oscar.
PREFIRA BOAS CRÍTICAS A BOAS BILHETERIAS
Poucos favoritos da Academia também foram queridinhos do público. Neste ano, o atual campeão de bilheteria é O Marciano, com US$ 597 milhões arrecadados no mundo todo; seguido de Mad Max: Estrada da Fúria, com US$ 335 milhões.
SEJA MAU
Não é à toa que raramente uma comédia leva o grande prêmio. Uma análise das principais palavras-chave de cada filme do IMDB (o maior banco de dados do cinema no mundo) revela que a maioria abordava temas conflituosos ou emoções negativas. Espalhamos os temas-chave mais comuns na imagem acima (clique nela para vê-la ampliada). Quanto maior a palavra maior sua frequência nos filmes.
MIRE OS ADULTOS
Buscando o maior público possível, os estúdos lutam contra o sistema de classificação indicativa dos EUA. Receber um selo R, que praticamente proíbe o filme para menores de 17 anos, é considerado uma catástrofe. Mas, ao que parece, a “maldição” não afeta os aspirantes ao Oscar. Em 2016, O Regresso, Spotlight, O Quarto de Jack, O RetornoeA Grande Aposta são todos R. Os mais acessíveis são O Marciano e Ponte de Espiões, liberados para maiores de 12 nos EUA
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FONTES Sites Oscars.org, IMDb, Box Office Mojo, MetaCritic e revista Entertainment Weekly