Qual é a diferença entre as classes do iatismo?
A Federação Internacional de Iatismo (Isaf) reconhece 110 classes. Porém, apenas nove fazem parte das Olimpíadas. Todas elas seguem regras rígidas, que determinam medidas exatas para as velas e o casco, o número de tripulantes e, em alguns casos, até o limite de peso dos atletas. “Existe um biótipo ideal para cada classe. Quanto maior […]
A Federação Internacional de Iatismo (Isaf) reconhece 110 classes. Porém, apenas nove fazem parte das Olimpíadas. Todas elas seguem regras rígidas, que determinam medidas exatas para as velas e o casco, o número de tripulantes e, em alguns casos, até o limite de peso dos atletas. “Existe um biótipo ideal para cada classe. Quanto maior a vela, mais pesado deve ser o atleta para fazer o contrapeso”, explica o iatista brasileiro Torben Grael, bicampeão olímpico. Até hoje, o iatismo é o esporte que deu mais medalhas ao Brasil em Olimpíadas. No total, foram 14: seis de ouro, duas de prata e seis de bronze. Em Pequim, o Brasil competirá em seis das nove classes e tem chances reais de chegar ao ponto mais alto do pódio, principalmente com Robert Scheidt, bicampeão olímpico na classe Laser, que compete agora na Star; e com Ricardo Winicki, o Bimba, que foi campeão mundial da classe RS:X no ano passado. Também temos boas chances de medalha nas classes Laser e 470 feminino. Mas as condições meteorológicas previstas para a marina de Qingdao, onde acontecerão as provas, podem complicar a vida dos favoritos, afinal, para atletas talentosos, é muito melhor uma tempestade do que a calmaria prevista para o local.
DIVISÃO DE CLASSES
As medidas dos barcos são rigorosas e cada classe se encaixa com um biótipo de atleta
LASER
Número de tripulantes: 1
Gênero: Masculino
Características: É a classe mais simples e onde a maioria dos iatistas começa. Tem o menor casco e apenas uma vela. O peso ideal para atletas de competição está entre 72 e 83 quilos
Representantes brasileiros em Pequim: Bruno Fontes
LASER RADIAL
Número de tripulantes: 1
Gênero: Feminino
Características: O casco é idêntico ao da classe Laser, porém com a vela um pouco menor, já que a radial é disputada exclusivamente por mulheres
Representantes brasileiros em Pequim: Nenhum
FINN
Número de tripulantes: 1
Gênero: Masculino
Características: Como a Laser, tem apenas uma vela, porém o barco é quase duas vezes mais pesado. Para controlar bem a embarcação, o atleta deve pesar cerca de 100 quilos
Representantes brasileiros em Pequim: Eduardo Couto
RS:X
Número de tripulantes: 1
Gênero: Masculino e feminino
Características: A base é uma prancha e não um barco. Esta será a estréia da RS:X em Olimpíadas, substituindo outras classes de windsurfe, como a Mistral
Representantes brasileiros em Pequim: Patrícia Freitas e Ricardo Winicki (Bimba)
470
Número de tripulantes: 2
Gênero: Masculino e feminino
Características: Com três velas, o barco possui um trapézio, que prende o velejador ao mastro. Ideal para velejadores leves: 110 a 130 quilos, a dupla
Representantes brasileiros em Pequim: Fábio Pillar e Samuel Albrecht; Fernanda Oliveira e Isabel Swan
YNGLING
Número de tripulantes: 3
Gênero: Feminino
Características: É a única classe olímpica com três velejadores (uma timoneira e duas proeiras). O barco tem três velas e uma quilha de 310 quilos. O ideal é que o trio pese entre 200 e 230 quilos
Representantes brasileiros em Pequim: Nenhum
49ER
Número de tripulantes: 2
Gênero: Masculino e Feminino
Características: O casco é fino e leve, com duas asas. Solto na água não se mantém equilibrado, por isso exige muita técnica e coordenação dos velejadores
Representantes brasileiros em Pequim: André Fonseca e Rodrigo Duarte
TORNADO
Número de tripulantes: 2
Gênero: Masculino e Feminino
Características: Modelo catamarã (dois cascos paralelos). É o mais veloz dos barcos olímpicos, podendo chegar a 70 km/h, mais que o dobro da média dos outros barcos. A dupla
deve pesar entre 140 e 150 quilos
Representantes brasileiros em Pequim: Nenhum
STAR
Número de tripulantes: 2
Gênero: Masculino
Características: O barco tem quilha, peso que fica no fundo do barco e impede que ele se desloque lateralmente. O ideal é uma dupla de velejadores pesada, com cerca de 200 quilos juntos
Representantes brasileiros em Pequim: Robert Scheidt e Bruno Prada