O bingo tem origem italiana. Ou melhor, na política italiana. No final da Idade Média, na cidade de Gênova, no noroeste da Itália, havia o costume de se substituírem periodicamente os membros dos conselhos políticos locais por meio de sorteios. “Os nomes eram colocados em bolas, que eram retiradas de uma urna”, diz o administrador de empresas Olavo Sales da Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Bingos (Abrabin). Inspirada nessa tradição nasceu, por volta de 1530, uma espécie de loteria, realizada aos sábados, chamada Lo Gioco Del Lotto. O bingo que conhecemos hoje é uma evolução desse jogo que, ao longo dos séculos, espalhou-se por outros países da Europa e, mais tarde, pela América. A profissionalização do bingo como um negócio lucrativo, porém, é coisa do século 20. E o empurrão para a coisa pegar veio dos Estados Unidos, onde teve início a mania de usar o bingo para arrecadar fundos, principalmente para obras religiosas.
Essa jogatina lucrativa foi feita de forma amadora até meados da década de 1960. A primeira legislação mundial para regulamentar os bingos surgiu apenas em 1966, na Inglaterra. A iniciativa despertou o interesse de muitos empresários europeus, que, atrás de lucros, começaram a montar sofisticados salões para atrair os fãs do jogo. Um dos países em que o bingo se tornou um grande sucesso foi a Espanha, que acabou criando um novo sistema de numeração, de 1 a 90, substituindo o antigo, com 75 números. O sistema espanhol acabou vingando e hoje é adotado na maioria dos países, inclusive no Brasil.