Pergunta do leitor Cristiano da Silva Neri, Naviraí, MS
Edição Felipe van Deursen
É uma criação de ninguém menos que São Francisco de Assis. Em 1223, ele quis celebrar o Natal de uma maneira diferente, que ensinasse à população de Greccio, na Itália, onde ele pregava, sobre a importância da data para os cristãos. O então frade montou o presépio dentro de uma gruta em um bosque da região, com representações de argila, em tamanho natural, de Jesus e de seus pais, Maria e José. Além disso, um boi e um burro de verdade compunham a cena. A ideia se espalhou e, nos séculos seguintes, outros elementos foram adicionados. Até o século 18, o costume se limitava ao interior de igrejas e ambientes religiosos, mas depois se espalhou também para as casas dos católicos, tornando-se uma tradição decorativa de fim de ano.
Hora de desmontar
O que a ciência diz sobre cada peça do presépio
Estábulo
Possível erro de tradução do grego: “kataluma” significa “sala de estar”, mas a palavra também era usada para “estalagem” – que muitas vezes tinha um estábulo
Estrela de Belém
Teorias dizem que poderia ser um cometa, uma supernova, um planeta ou um raro alinhamento entre Júpiter e Vênus
Anjo
Mensageiro da boa notícia, é estritamente simbólico
Animais e pastores
Jesus teria nascido no térreo de uma casa, onde a presença de animais domesticados e de pastores era comum
Jesus
Ele nasceu, na verdade, entre 6 e 4 a.C., em Nazaré, e não em Belém. E provavelmente não foi em 25 de dezembro
Incenso, mirra e ouro
Na época, religiosos eram presenteados com incenso, profetas com mirra e reis com ouro
Três Reis Magos
Teriam sido criados para simbolizar o reconhecimento de Cristo por todos. Só ganharam nome (Gaspar, Melchior e Baltazar) no século 9
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CONSULTORIA Lidice Meyer Pinto Ribeiro, professora de ciências da religião e antropologia da Universidade Mackenzie (São Paulo)
FONTE Livro Natal, de Israel José Nery
IMAGEM Nan Palmero e Wikimedia Commons