Qual é o combustível menos poluente?
Entre os tipos utilizados no Brasil é o álcool. “Como ele já tem oxigênio na composição, sua combustão fica mais fácil e, por isso, libera menos poluentes”, afirma o químico Ernesto Gonzalez, da Universidade de São Paulo (USP). Isso não significa, porém, que ele seja inofensivo – na verdade, todos os combustíveis lançam no ar […]
Entre os tipos utilizados no Brasil é o álcool. “Como ele já tem oxigênio na composição, sua combustão fica mais fácil e, por isso, libera menos poluentes”, afirma o químico Ernesto Gonzalez, da Universidade de São Paulo (USP). Isso não significa, porém, que ele seja inofensivo – na verdade, todos os combustíveis lançam no ar os seguintes venenos: monóxido de carbono (CO), óxidos nitrosos (NO e NO2) e hidrocarbonetos (compostos de hidrogênio e carbono). O mais poluente de todos é o diesel. O fato de ser formado por longas cadeias de carbono torna sua combustão incompleta, fazendo-o soltar fuligem (aquela perigosa fumaça preta), além dos óxidos nitrosos que causam problemas pulmonares. Pior: quando o combustível é impuro, a queima produz dióxido de enxofre (SO2), gás que forma a chuva ácida e irrita o sistema respiratório. A gasolina também é formada por átomos de carbono, mas em cadeias menores do que no diesel.
Por isso, ela polui menos, mas também lança CO – que causa náuseas e diminui a capacidade de transporte de oxigênio no sangue – e hidrocarbonetos, que podem ser agentes cancerígenos. O motor a álcool tem a vantagem de liberar pouco CO e hidrocarbonetos. No entanto, na média dos carros novos e usados em circulação, os índices da gasolina são melhores. “Isso porque, na década de 90, a frota dos veículos a gasolina se modernizou e incorporou tecnologias que reduzem a poluição. A frota a álcool continua envelhecida”, diz o engenheiro Manoel Paulo de Toledo, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), de São Paulo.