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Qual é o maior povo sem país?

É o povo curdo, um grupo de cerca de 36 milhões de pessoas que se espalha pelo leste da Turquia, norte da Síria e do Iraque e noroeste do Irã. Até o início do século 20, os curdos pouco se importavam em ter um país, levando uma vida de pastores itinerantes de cabras e ovelhas […]

Por Roberto Navarro
Atualizado em 22 fev 2024, 11h23 - Publicado em 18 abr 2011, 18h35
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  • É o povo curdo, um grupo de cerca de 36 milhões de pessoas que se espalha pelo leste da Turquia, norte da Síria e do Iraque e noroeste do Irã. Até o início do século 20, os curdos pouco se importavam em ter um país, levando uma vida de pastores itinerantes de cabras e ovelhas e tendo como principal elemento de identidade sua organização social, baseada na lealdade aos clãs. Porém, o maior controle das fronteiras nacionais após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) impediu o livre deslocamento de seus rebanhos e forçou a maioria dos curdos a estabelecer-se em aldeias fixas e adotar a agricultura, fazendo surgir o nacionalismo e a luta pela criação de uma nação própria, projeto duramente reprimido pelos governos da Turquia e dos países vizinhos. Mas conseguir o próprio país não é aspiração exclusiva dos curdos. Ela faz parte das reivindicações de vários outros povos – grupos de indivíduos que são originários de uma mesma região, falam o mesmo idioma e têm costumes, hábitos, história, tradições e cultura em comum. Em geral esses povos não possuem hoje o próprio país por serem minorias étnicas na área que habitam, sendo submetidos a poderosas forças políticas ou militares, que representam interesses contrários à sua autonomia.

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    Rebeldes sem casa Os seis maiores povos sem nação totalizam 56 milhões de pessoas

    1. Curdos

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    POPULAÇÃO – 36 milhões

    TERRITÓRIO REIVINDICADO – 191 mil km2 (equivalente ao Paraná)

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    QUEM SÃO – Descendentes de tribos nômades que viviam ha 3 mil anos nas montanhas do que são hoje Turquia, Irã e Iraque. Apesar de ocuparem por séculos a mesma região, nunca tiveram um pais, mantendo-se sob domínio político e militar de outros povos.

    SITUAÇÃO ATUAL – Na Turquia, onde vive a maioria do povo curdo, seu idioma é proibido e cerca de 10 mil deles estão presos por motivos políticos. Na década de 1990, milhares de curdos foram mortos por armas químicas lançadas pelo ex-ditador Saddam Hussein no Iraque. Apos a queda dele, a situação do povo no país melhorou.

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    2. Tibetanos

    POPULAÇÃO – 6,2 milhões

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    TERRITÓRIO REIVINDICADO – 1,2 milhão de km2 (equivale ao Pará)

    QUEM SÃO – Descendentes de pastores que vivem na região noroeste do que e hoje à China há 2 200 anos, os tibetanos costumavam viver numa sociedade semifeudal dominada pela classe de sacerdotes budistas. Desde o século 13, o povo sofre a dominação de outros inimigos. Em 1990, o Tibério foi invadido pela China, sendo ocupado e anexado em seguida. Para contrabalançar a demografia da região, o governo de Pequim enviou mais de 6 milhões de chineses para viver no Tibete.

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    SITUAÇÃO ATUAL – A china continua a reprimir as atividades políticas e religiosas e região, que tem passado por rebeliões esporádicas, sempre duramente combatidas por Pequim.

    3. Palestinos

    POPULAÇÃO – 5,3 milhões

    TERRITÓRIO REIVINDICADO – 6 mil km2 (equivale ao Distrito Federal)

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    QUEM SÃO – Os palestinos são descendentes dos filisteus, povo que chegou ao Oriente Médio há 14 mil anos, época em que explodiram os primeiros confrontos com israelitas, que também habitavam a região. Submetidas ao Império Otomano e depois pelos britânicos, os palestinos perderam a chance da independência em 1948: com a de Israel, boa parte de seu território foi ocupado pelo novo país.

    SITUAÇÃO ATUAL – Em 1994 foi estabelecida a Autoridade Palestina, um governo semi-autônomo que obteve controle sobre partes do antigo território. Os palestinos moderados defendem a ampliação da autonomia e a convivência com os israelenses. Os radicais exigem a destruição de Israel.

    4. Ciganos

    POPULAÇÃO – 5 milhões

    TERRITÓRIO REIVINDICADO – Nenhum

    QUEM SÃO – Originário do norte da Índia, de onde saíram por volta do século 11, os ciganos espalharam-se pelo mundo. Hoje, habitam praticamente todos os país do Ocidente. Nômades sem reivindicação territorial, eles têm sido vitimas de preconceito cultural, repressão política e até mesmo campanhas de extermínio. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) os nazistas mataram pelo menos 400 mil deles.

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    SITUAÇÃO ATUAL – Resistindo a integrar-se à sociedade, eles procuram manter seus costumes nômades tradicionais. As perseguições são coisa do passado na maior parte do mundo. O preconceito cultural e a discriminação não.

    5. Bascos

    POPULAÇÃO – 2,1 milhões

    TERRITÓRIO REIVINDICADO – 234 km² (1,2 vez o território do Distrito Federal)

    QUEM SÃO – A tribo dos Vascones antepassados dos bascos atuais, vivia em áreas que hoje fazem parte da Espanha e da França há pelo menos 2 mil anos. Depois de resistir a diversas invasões estrangeiras, eles foram incorporados em sua maioria ao território espanhol e, no século 20, sofreram intensas perseguições durante o governo do ditador Francisco franco, a quem se opuseram inclusive com luta armada

    SITUAÇÃO ATUAL – Após a morte de Franco e a redemogratização da Espanha, na década de 1970, os bastos obtiveram mais liberdade e certa autonomia política. Mas isso não apaziguou os movimentos separatistas mais radicais, que continuam com seus atentados.

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    6. Chechenos

    POPULAÇÃO – 1,2 milhões

    TERRITÓRIO REIVINDICADO – 15 800 km2 (três vezes o território do Distrito Federal)

    QUEM SÃO – Em sua maioria muçulmanos os chechenos originam-se de tribos que vivem há séculos nas montanhas da região do Cáucaso. Entre as décadas de 1830 e 1850, eles opuseram feroz resistência armada às conquista que a Rússia fazia naquela área. Como fim da União Soviética, em 1991, a região virou república independente. Mas, em dezembro de 1994, a Rússia invadiu a Chechênia, causando uma guerra com cerca de 100 mil mortes.

    SITUAÇÃO ATUAL – As tropas russas têm controle das principais cidades. Mas a rebelião contra sua presença prossegue com atentados e violência.

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