Qual foi a maior audiência de todos os tempos na TV brasileira?
100% dos televisores ligados no mesmo programa. Sim, isso já aconteceu. Mas, na era da medição eletrônica, o campeão é outro - com 71 pontos de média
Como o sistema de medição passou por diferentes fases, há vários campeões, cada um por um critério. A primeira pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) rolou já no ano de estreia da TV no Brasil, em 1950. Até o fim dos anos 80, ela era feita de porta em porta, por um funcionário. A partir de 1991, começou a funcionar o sistema atual, chamado peoplemeter, com um aparelho que pontua a audiência em tempo real. “Um ponto equivale a 1% do universo pesquisado. No caso da Grande São Paulo, representa 60.204 lares”, explica Adalgisa Rodrigues, diretora de operações do Ibope.
TODO MUNDO LIGADO
Os três programas considerados campeões de Ibope, cada um a seu jeito
O FIM DO SEGREDO
Atração Capítulo 152 da novela “Selva de Pedra”
Quando 4/10/1972
Audiência média Sem medição
Esse é da época em que a pesquisa era feita de porta em porta. De 100 lares consultados no Rio de Janeiro nessa noite, 23 estavam com a TV desligada. Todos os outros 77 estavam vendo a protagonista Simone Marques (Regina Duarte), que se passava pela irmã, ser finalmente desmascarada.
UM VERDADEIRO FENÔMENO
Atração Jogo de futebol Brasil X Turquia
Quando 26/6/2002
Audiência média 71 pontos
A seleção brasileira venceu essa semifinal da Copa do Mundo Japão-Coreia com um gol de Ronaldo. A partida chegou a render picos de 75 pontos. Nessa época, cada ponto equivalia a 47 mil domicílios.
BEIJA OU NÃO BEIJA?
Atração Capítulo final da novela “América”
Quando 4/11/2005
Audiência média 66 pontos
Desconsiderando o futebol, o melhor registro na fase do sistema peoplemeter é mérito da noveleira Glória Perez. Houve picos de até 70 pontos – em parte, por causa da expecativa quanto ao beijo gay entre Júnior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro).
CONSULTORIA Igor Sacramento, doutorando em comunicação e cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e co-organizador do livro História da Televisão no Brasil.
FONTES Livros A Vida com a TV – O Poder da Televisão no Cotidiano, de Luiz Costa Pereira Júnior, e Almanaque da TV, de Bia Braune e Rixa Xavier.