É difícil determinar quando eles vão deixar de existir. Apesar das previsões alarmistas, alguns pesquisadores acreditam que os minerais não devem desaparecer em um futuro tão próximo, já que não se sabe ao certo quanto ainda resta em depósitos de minérios e se existem outras reservas a serem descobertas. Mas, de acordo com os cientistas Armin Keller e Tom Graedel, alguns elementos presentes no dia a dia podem sumir em alguns anos.
Em 2007, eles analisaram os números da US Geological Survey, órgão do governo americano responsável por pesquisas geológicas, e cruzaram informações sobre o consumo anual e as reservais minerais disponíveis. A pesquisa, publicada pela revista New Scientist, aponta que a popularização de produtos eletrônicos pode ser a principal causa para alarde, já que boa parte dos minerais em risco é utilizada na fabricação de dispositivos tecnológicos. Acredita-se que outros elementos estão sendo estudados para substituir os que se esgotarão, mas vale pensar duas vezes antes de descartar aparelhos em troca de um mais moderno.
Adeus, tablets!
Veja quais minerais correm risco de extinção e como isso afetará a sua rotina
Platina
Extinção em 2049
Consumo* 0,02 g
Por não reagir diante de outros elementos, é empregada em materiais cirúrgicos. Está presente na liga metálica usada nos piercings
Prata
Extinção em 2016
Consumo 3 g
Foi usada na fabricação de espelhos e talheres, mas sua boa condutibilidade elétrica tornou seu uso comum em placas eletrônicas, como as que fazem a televisão funcionar
Cobre
Extinção em 2027
Consumo 2,3 kg
Maleável e resistente, pode ser moldado de diversas formas e é usado em fios e cabos , assim como em dutos de ar-condicionado
Antimônio
Extinção em 2020
Consumo 19 g
Misturado a outros materiais, como o plástico, os torna mais duros e resistentes, impedindo que seu controle remoto, por exemplo, quebre quando cai no chão
Lítio
Extinção em 2053
Consumo 3,5 g
Um dos metais mais leves da natureza, tem grande capacidade de estocar energia em pouco espaço. É bastante usado em baterias de celulares, laptops e videogames
Chumbo
Extinção em 2015
Consumo 585 g
É usado em baterias de carros e caminhões, mas também está presente em soldas e rolamentos, como o do seu skate
Fósforo
Extinção em 2149
Consumo 25 kg
Formado do depósito de sedimentos de plantas e animais mortos ao longo do tempo, é um mineral rico em nutrientes, usado em fertilizantes agrícolas
Urânio
Extinção em 2026
Consumo sem dados
A fissão de seu núcleo alimenta usinas capazes de gerar muita energia. Também é o principal componente de bombas nucleares
Índio
Extinção em 2020
Consumo 0,08 g
Excelente condutor de eletricidade e, ao mesmo tempo, transparente, é usado em telas de touchscreen de smartphones e tablets
Um possível substituto ao índio já está em estudo: uma folha de grafite de espessura extremamente fina, chamada grafeno
Tantalo
Extinção em 2027
Consumo 0,09 g
Por sua capacidade de elevar o índice de refração da luz no vidro, é bastante utilizado nas lentes de câmeras fotográficas
Zinco
Extinção em 2041
Consumo 1,7 kg
Como não reage em contato com ar e água, é usado para cobrir ligas metálicas, impedindo que a ferrugem destrua objetos como as moedas
Ouro
Extinção em 2043 Consumo 0,35 g
Além de ser um metal precioso e dar vida a joias lindas, é um excelente condutor de eletricidade e por isso está presente em microships de computadores
Níquel
Extinção em 2064
Consumo 221 g
Bom condutor de eletricidade e resistente ao calor, também retarda a corrosão. É usado em ligas metálicas de revestimento, de eletrônicos, como os celulares
Estanho
Extinção em 2024
Consumo 37 g
Evita reações químicas de corrosão e por isso é empregado no revestimento de ligas metálicas, como as usadas nas latinhas de refrigerante
* Consumo anual per capita
Fontes Critical Metals for Future Sustainable Technologies and Their Recycling Potential, estudo do Öko-Institut para Unep – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (2009); Mineral Resource Program: Mineral Commodity Summary 2011, da US Geological Survey; Mineral Information Institute, Population Reference Bureau; revista New Scientist