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Que animal fica mais tempo sem beber água?

Por Daniela Fescina
Atualizado em 22 fev 2024, 10h37 - Publicado em 17 jul 2015, 17h39

RatoImagem meramente ilustrativa

Entre os mamíferos, é o rato-canguru (Dipodomys deserti), um roedor que vive nos desertos da América do Norte. O bicho, que tem cerca de 10 cm de comprimento, pode passar a vida inteira sem beber um único gole – isso porque ele está tão bem adaptado ao ambiente desértico que consegue viver somente com a água que seu metabolismo produz a partir da comida. No habitat desse ratinho, mesmo a água da chuva é escassa e, por isso, ele não pode depender da sua ingestão para sobreviver.

FÁBRICA DE ÁGUA

Cerca de 90% da H2O absorvida vem da comida, por meio do processo de oxidação – quando o organismo consegue misturar oxigênio ao alimento para produzir água. Carboidratos e gordura, quando metabolizados, liberam energia, gás carbônico e água, garantindo a sobrevivência do Dipodomys deserti

QUATRO VEZES MAIS

Além da comida, há outro fator responsável pela sobrevivência do animal nesse ambiente: seus rins. Muito eficientes, eles conseguem filtrar o sangue e reter quatro vezes mais água no corpo do que o sistema renal dos humanos, por exemplo. Isso faz com que diminua a perda de H2O por transpiração e excreção

NEM UM SUQUINHO

A quantidade de água na dieta é insignificante. Ele se alimenta de algumas sementes, insetos, e da vegetação local. Durante os períodos de seca, sobram apenas as sementes, que não têm praticamente nada para hidratar. Na primavera, o principal alimento são os vegetais – que, embora tenham muita água, não são suficientes

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Sono da secura

Anidrobiose é a salvação de algumas espécies

Para sobreviver à desidratação, algumas espécies animais (em geral, invertebradas e microscópicas) entram no estado de anidrobiose – que suspende temporariamente os sinais vitais, permitindo que elas sobrevivam por décadas e até séculos. Na maioria dos casos, elas encolhem e produzem um açúcar que impede os danos causados pela falta de água

Consultoria: Fernando Jerep, professor de biologia da Universidade Estadual de Londrina, e Tiago Campos, professor do Departamento de Biologia da USP

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