Como um ator disputa o Oscar de protagonista ou coadjuvante?

ILUSTRA Maurício Planel

O próprio ator escolhe em qual categoria quer concorrer. Muitas vezes, em acordo com os produtores do filme. Isso pode ser uma excelente estratégia. Em Ghost (1990), a hilária Whoopi Goldberg aparece muito mais do que Demi Moore. Mas, como a Academia raramente reconhece atuações cômicas e, até então, jamais havia premiado uma negra como melhor atriz, Whoopi se inscreveu como coadjuvante. Venceu e fez história

Em 2016, tivemos outros dois exemplos de protagonistas concorrendo como coadjuvantes: Alicia Vikander, de A Garota Dinamarquesa, e Rooney Mara, de Carol. Especialistas sacaram fácil o motivo de Rooney: evitar disputar a categoria principal com a colega de elenco, Cate Blanchett. Os fãs do filme poderiam dividir o voto entre elas e nenhuma ganhar. Desse jeito, podiam votar em ambas. No final, quem venceu foi Alicia.

E essa não é a única “esperteza” dos filmes na hora de tentar garantir uma indicação – seja lá em qual categoria. Por exemplo: imagine a vergonha se um musical ficar de fora da disputa de melhor canção? Mas o regulamento só aceita músicas inéditas, e a maioria dos musicais foram compostos, originalmente, para o teatro. A solução? Criar uma faixa nova só para o filme. Foi assim queEvita ganhou em 1996 (com “You Must Love Me”) e Chicago foi indicado em 2002 (com “I Move On”).

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Outro caso interessante de 2016: todo mundo sabe que o Netflix é uma empresa de streaming, para o público assistir em casa. Então por que seu documentário What Happened, Miss Simone? foi lançado em alguns poucos cinemas? Simples: porque, para ser elegível na categoria de melhor documentário, é preciso que a obra complete ao menos sete dias de exibição em salas no condado de Los Angeles e na região de Manhattan, em Nova York.

FONTES Sites The Independent, Entertainment Weekly, Variety, The Hollywood Reporter e Time, Oscars.org