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Adolescentes americanos consomem menos maconha após a legalização, diz estudo

Uma hipótese é a de que o tráfico tenha diminuído.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 8 jul 2019, 17h51 - Publicado em 8 jul 2019, 17h41

Hoje ninguém precisa mais ir até os cafés de Amsterdã para comprar maconha legalmente: países como Canadá e Uruguai já autorizaram o uso recreativo, assim como alguns estados americanos. Mas, lógico, o consumo só foi liberado para adultos.

Dentre os argumentos contra a legalização, existia o medo de que a liberação aumentasse (e até estimulasse) o consumo entre os adolescentes, o que é particularmente perigoso para eles. Por conta do cérebro ainda em desenvolvimento, danos causados pelo uso da maconha podem ser irreversíveis.

Agora, no entanto, um estudo da Universidade Estadual de Montana provou que a legalização pode ter tido um efeito oposto em alguns estados dos EUA: após a aprovação da lei, o consumo da droga diminuiu entre essa faixa etária.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 1,4 milhão de estudantes do ensino médio, provenientes de inquéritos nacionais feitos desde 1990 pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Através desse histórico, que acompanha tendências de comportamentos entre os jovens, os cientistas queriam detectar mudanças no uso da maconha após a implementação da lei.

A equipe obteve dados de 27 estados que legalizaram o uso médico e de 7 que liberaram o uso recreativo. E os resultados foram claros: praticamente não houve mudanças após a liberação para fins medicinais, mas a taxa de consumo de maconha entre os adolescentes caiu 8% após a liberação do uso recreativo.

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Uma hipótese é que a liberação tenha diminuído o tráfico. E essa é a única via pela qual adolescentes têm acesso à maconha, mesmo com a liberação. Os dispensários que vendem a erva legalmente, afinal, exigem comprovação de idade.

Claro, isso é algo possível de ser burlado, mas os pesquisadores afirmam que a existência da lei já é significativa. “Adolescentes poderiam usar identidades falsas ou ter alguém com mais de 21 anos para comprar por eles, mas o ponto é que agora é mais difícil do que antes da aprovação da lei”, disse Mark Anderson, um dos autores do estudo.

Apesar do resultado aparentemente animador, é preciso ter cautela. Outros estudos a níveis estaduais – como este relatório de 2018 do Departamento de Pesquisa e Estatísticas da Justiça Criminal do Colorado – afirmaram que o consumo entre estudantes do colegial não mudou após a liberação. Ao todo, 33 estados dos EUA já liberaram a maconha para uso medicinal, e 10 para o uso recreativo.

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