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África anuncia erradicação do poliovírus em todo o continente

Apesar disso, alguns casos do vírus enfraquecido ainda podem ser registrados em regiões africanas. Entenda.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 24 ago 2020, 21h04 - Publicado em 24 ago 2020, 20h05

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, foi erradicada do Brasil em 1989. O último caso no continente americano ocorreu no Peru, em 1991, 29 anos atrás. O poliovírus selvagem, causador da doença, parece distante de nossa realidade, mas ainda não foi totalmente erradicado no planeta. 

Apesar dos esforços globais de saúde lançados em 1988, que pretendiam acabar com a poliomielite até 2000, o vírus segue causando problemas no Afeganistão e Paquistão. Até ontem, poderíamos acrescentar a Nigéria nesta lista, mas autoridades africanas da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciaram que o vírus, que chegou a paralisar 75 mil crianças por ano na África, foi erradicado no centro e sul do continente. 

A região registrada como livre da pólio não abrange o norte da África, onde estão Argélia, Egito, Sudão, Marrocos, Líbia e Tunísia. No entanto, nenhum desses países registrou novos casos de poliovírus selvagem desde 2004, o que leva a OMS a considerar todo o continente livre dele.

Em 2003, algumas regiões da Nigéria boicotaram a vacinação contra o vírus, temendo sobre a segurança do imunizante. Em cinco anos, o surto se espalhou para outros 20 países. Em 2016, quando a população não temia mais a vacina e tudo parecia finalmente resolvido, quatro novos casos de pólio foram registrados. 

Os casos vieram de Borno, nordeste do país, uma região de insurgência do grupo Boko Haram. Apesar da dificuldade em acessar a área, autoridades da Nigéria viabilizaram a entrada de militares e equipes de vacinação, que conseguiram imunizar cerca de 800 mil crianças no mesmo ano. 

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Se você tiver algum filho pequeno, sabe que no Brasil a vacinação é dada, inicialmente, em três doses injetáveis (quando o bebê tem 2, 4 e 6 meses) e depois anualmente, até os cinco anos, via oral. A vacina injetável usa o vírus inativado, enquanto a gotinha tem o vírus ativado, mas enfraquecido. Essa forma de vacinação é a indicada pela OMS. 

Em algumas regiões da África, a vacinação não segue este cronograma. Muitas crianças são submetidas apenas às gotinhas, em que a versão enfraquecida do vírus se liga aos receptores do intestino e é absorvida. A criança não fica doente e seu corpo cria anticorpos para combater a pólio caso necessário. Esse é o princípio da vacinação.

Esse vírus enfraquecido pode sair nas fezes da criança e, devido a falta de saneamento básico adequado, ter contato com a água potável local. Isso pode ajudar a imunizar por tabela outros indivíduos que não tenham tomado a vacina, mas que tenham tido acesso à água contaminada.

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Por outro lado, cria-se uma nova cepa de vírus circulante que pode infectar outras pessoas e, caso sofra mutações, ficar similar ao poliovírus selvagem, causando os mesmos sintomas. É uma situação rara, mas que pode acontecer.Em 2018, houveram 68 casos de infecção por essa cepa derivada da água, subindo para 320 casos em 2019. Nesses casos, as pessoas contraíram o vírus, mas não apresentaram os sintomas da doença.

A vacinação parcial também é um problema que persiste e pode piorar em 2020 devido à suspensão de diversas campanhas de vacinação, já que foram impostos bloqueios por causa da pandemia de covid-19. No Afeganistão e no Paquistão, países asiáticos, os registros de poliovírus selvagem também têm aumentado desde 2018. 

A comemoração da erradicação da poliomelite selvagem na África deve ocorrer nesta terça-feira (25) em uma videoconferência com autoridades dos países africanos e defensores dos esforços de erradicação da pólio, como o fundador da Microsoft, Bill Gates.

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