Cientistas da Universidade de Michigan, nos EUA, podem ter criado uma nova arma contra o câncer. Eles desenvolveram um laser a partir de sangue humano que pode ajudar os médicos a encontrarem tumores no corpo.
Apesar de parecer coisa de filme de ficção científica, lasers não precisam de uma tecnologia complexa para serem feitos. Na verdade, é preciso apenas uma fonte inicial de luz, um material para amplificá-la e uma cavidade reflexiva.
A amplificação pode ser feita a partir de quase qualquer material. Em 1970, por exemplo, os cientistas Theodor Hänsch e Arthur Schawlow utilizaram doze sabores de gelatina diferentes para criar um laser. Recentemente, um grupo de investigadores usou uma célula renal viva para amplificar a luz.
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No experimento de Michigan, os pesquisadores usaram um corante chamado ICG e o misturaram com sangue humano. A justificativa para o uso desse corante é que ele é fluorescente à luz do infravermelho e já é utilizado amplamente pelos médicos.
Xudong Fan, um dos autores da pesquisa, disse em entrevista ao site New Scientist que o ICG não emite luz sozinho. Porém, misturado com sangue, ele se conecta a proteínas no plasma e se torna capaz de amplificar a luz.
Segundo Fan, o ICG se acumula nos vasos sanguíneos, por isso, áreas do corpo com um grande número de vasos (como tumores) devem brilhar ao entrar em contato com o laser. Na prática, os médicos poderiam injetar uma pequena quantidade do corante na corrente sanguínea do paciente e mirar o laser sobre a pele. Em seguida, ele verificaria o brilho com o uso de uma câmera infravermelha.
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O laser ainda não foi testado em tecidos de animais vivos, pois os cientistas não encontraram o material apropriado para a cavidade reflexiva. Fan, contudo, acredita que nanopartículas de ouro poderão fazer esse papel.
Além disso, ele disse ao New Scientist que os pesquisadores ainda precisam garantir que a luz produzida pelo laser não seja forte demais. Neste caso, haveria o risco de queimar tecidos.