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Por que algumas pessoas “travam” quando ficam nervosas?

Você já teve a sensação de que não conseguia se mexer em um momento de estresse? Pesquisadores encontraram pistas da origem desse fenômeno no cérebro

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 19 mar 2018, 14h33 - Publicado em 19 set 2016, 20h30

A ansiedade é a resposta do nosso corpo para lidar com ameaças, uma mensagem para o organismo se preparar para lutar ou fugir — e rápido. Ela se torna um problema quando os sintomas surgem sem uma ameaça real. Pessoas com transtornos de ansiedade muitas vezes “travam”, os movimentos do corpo congelam e elas têm dificuldade para se mover em um momento de crise ou de estresse.

Um estudo internacional acaba de encontrar os primeiros indícios da origem desse fenômeno no cérebro. Os pesquisadores realizaram um acompanhamento de 6 anos com 150 crianças, testando-as para descobrir aquelas que tinham sinais precoces de ansiedade social.

Quando essas crianças se tornaram adolescentes — e o diagnóstico de ansiedade delas se confirmou —, eles trouxeram o grupo para o laboratório. Cada participante passava por uma ressonância magnética enquanto olhava para a imagem de uma pessoa com raiva.

A foto funcionava como um gatilho para a ansiedade social das crianças, para que os cientistas conseguissem ver o que acontecia no cérebro delas durante a crise. Como previsto, as crianças ansiosas demonstraram uma atividade muito acima do normal na região da amígdala, parte do cérebro ligada à forma como lidamos com emoções e ameaças.

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Mas não foi só a amígdala hiperativa que saía do normal no cérebro ansioso. Os pesquisadores notaram uma mudança na atividade do córtex pré-motor. É essa a área que prepara o corpo para se movimentar — o que é essencial para a sobrevivência em uma situação assustadora. Só que, no cérebro dos adolescentes com ansiedade social, a atividade dessa parte do córtex era reduzida no momento do estresse.

A teoria dos pesquisadores é que o efeito dessa “inibição” é exatamente o que faz o ansioso sentir que não consegue se mexer em situações de estresse: deu tilt, congelou, travou. Para confirmar essa ideia, os cientistas precisam fazer novos testes, mas o estudo é o primeiro a encontrar uma ligação cerebral entre ansiedade e capacidade motora. A pesquisa foi apresentada no congresso anual da Faculdade Europeia de Neuropsicofarmacologia.

O pior é pensar que a ansiedade já deu um nó completo no seu propósito inicial: ela não só faz o organismo reagir exageradamente quando não há ameaça, como deturpa nosso instinto de “lutar ou correr” — porque na hora da crise, não deixa o corpo fazer nem um, nem outro.

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