Coronavírus no Brasil: as medidas para evitar que a infecção se espalhe
Salas com pressão negativa, funcionários para abrir maçanetas e roupas especiais. Conheça os protocolos de segurança do hospital Albert Einstein.
Na última quarta-feira (26), o Brasil confirmou o primeiro caso de coronavírus no país. O infectado é um homem de 61 anos, morador de São Paulo e que, recentemente, visitou o norte da Itália, país onde o novo vírus já matou 12 pessoas.
A informação, confirmada pelo Ministério da Saúde, foi divulgada após dois testes atestarem positivo para a presença do vírus 2019-nCov, o causador desse novo surto. Até o momento, o ministério contabiliza 20 casos suspeitos da doença (que se chama COVID-19), além de 59 casos descartados. É possível acompanhar a atualização dos números neste site.
O idoso portador do coronavírus está, agora, em quarentena domiciliar. Por alguns dias, ele esteve assintomático (isto é, não apresentou sintomas da doença), mas depois procurou um serviço de saúde por apresentar problemas respiratórios. Por conta disso, 30 familiares estão sob observação, além de 16 passageiros do seu voo.
Atualmente, existem 81.280 casos confirmados da COVID-19 no mundo todo. A doença já causou 2.770 mortes, mas mais de 30 mil pessoas conseguiram se livrar dela.
O hospital Albert Einstein, em São Paulo, foi quem realizou o primeiro teste para confirmar a suspeita de vírus no paciente brasileiro. A instituição elaborou um documento para orientar seus funcionários na lida com pacientes infectados, ou que tenham suspeita de infecção. Confira as principais medidas que devem ser adotadas:
Equipamentos de proteção
Durante o contato com pacientes com suspeita ou confirmação da COVID-19, é preciso usar o traje completo: luvas, aventais, máscaras e até óculos de proteção. Aventais e luvas são descartáveis. Já as máscaras (respiradores do tipo N95) só devem ser trocadas se estiverem sujas, úmidas ou com o filtro desgastado, dificultando a respiração.
Transporte de pacientes
O transporte de pacientes pelo hospital deve ser evitado ao máximo. Mas, quando não houver jeito, é montado todo um esquema de proteção. As roupas e equipamentos de proteção são trocados antes e depois do trajeto, e os funcionários responsáveis devem se higienizar em ambos os momentos.
Além disso, o mais curioso: existe um membro da equipe cuja única e exclusiva função é tocar superfícies como maçanetas, portas e botões de elevador, como forma de evitar a contaminação dos ambientes do hospital.
Limpeza dos quartos
Os pacientes devem ficar acomodados em quartos com pressão negativa, uma técnica usada em hospitais para prevenir contaminações entre um cômodo e outro. Funciona assim: usando um sistema de ventilação, dá para regular a pressão do ar dentro do quarto, de forma a deixá-la menor que a do ambiente externo.
Isso funciona porque o ar sempre vai de lugares de alta pressão para os de baixa pressão. Dessa forma, com a pressão negativa, é possível impedir que correntes de ar saiam do quarto. Esse controle é monitorado a cada seis horas, e deve ser mantido por algum tempo mesmo depois que o paciente deixar o hospital. O quarto, aliás, não pode receber imediatamente outra pessoa: é preciso aguardar uma higienização completa, que leva duas horas.
Visitas
Quem possui doenças ou condições que diminuem a imunidade (câncer, portadores de HIV, grávidas, pacientes de quimio ou radioterapia, etc.) não pode fazer visitas a casos suspeitos ou confirmados de coronavírus. Para os demais, as condições são: usar máscara, avental e luvas.
Como saber se estou com o novo coronavírus?
Caso você esteja com febre e com alguma sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, etc.), tenha viajado para alguma área de risco nos últimos 14 dias (ou esteve em contato com casos suspeitos ou confirmados da COVID-19), a recomendação é procurar um hospital e seguir as orientações médicas.
Caso você seja orientado a ficar em casa, sob quarentena, é muito importante:
• Manter distância dos demais familiares e não dividir o quarto com ninguém.
• Manter o ambiente da casa com ventilação natural.
• Usar máscara cirúrgica descartável (e trocá-la quando estiver úmida)
• Não frequentar escola, trabalho ou locais públicos – sair de casa, apenas em situações de emergência.
• Precisa tossir ou espirrar? Cubra a boca e o nariz com lenços descartáveis.
• Higienizar as mãos frequentemente com gel alcoólico com água e sabonete. Se você não tiver feito isso, evite tocar olhos, nariz e boca.
• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.