Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99

É mais fácil levar uma bala perdida na Olimpíada do que pegar zika

Em vídeo, professor de epidemiologia da USP faz o cálculo e afirma: o problema das Olimpíadas é mais embaixo.

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 11h12 - Publicado em 1 jul 2016, 19h30

No ano passado, a coisa estava feia: mais de 84 mil brasileiros foram infectados pelo zika vírus, a microcefalia entre recém nascidos cresceu 1000% e quase 60 países registraram casos da doença. Mas, às portas da Olimpíada no Rio de Janeiro, a Organização Mundial da Saúde disse, em comunicado oficial, que não há risco de a epidemia crescer por causa do evento.

Exato. Em um vídeo publicado no início de junho, o professor Eduardo Massad, epidemologista da Faculdade de Medicina da USP, explica a tranquilidade da OMS. Usando estatísticas e dados oficiais, ele mostra que o risco de um turista ser infectado pelo zika vírus na Olimpíada é baixo: a cada 100 mil pessoas, apenas 3 contrairiam a doença – uma chance menor do que a de levar um tiro de bala perdida andando na rua, por exemplo.

LEIA: 2 minutos para entender o zika vírus

Uma das razões por trás disso é o inverno carioca. A probabilidade de alguém ser picado pelo Aedes aegypti durante o verão no Rio de Janeiro, quando o mosquito está a mil, é de 99,9%. Mas no frio, quando o mosquito não se reproduz tanto, essa chance é muito menor: 3,5%. Em outras palavras, a cada 100 pessoas, apenas 3,5 serão picadas na Olimpíada.

Mesmo assim, ser picado não significa ser contaminado. Na verdade, a cada 100 mil pessoas picadas, só 3 de fato contraem a doença. Para a dengue, essa proporção é um pouco maior: são 5 casos sintomáticos a cada 10 mil indivíduos picados. Se a gente considerar esses riscos de contágio durante a Olimpíada – quando cerca de 500 mil turistas vêm para o Rio – podemos concluir que, ao todo, serão 15 casos de zika e 250 de dengue.

Continua após a publicidade

LEIA: Como o zika age no cérebro dos bebês?

Agora, comparando esses riscos com dados de outros perigos, dá para entender por que a OMS está tranquila. Olha só: no Rio de Janeiro, a probabilidade de levar um tiro na rua é de 3,8 a cada 10 mil – ou: a cada 10 mil pessoas, 3,8 levam um tiro. Se 3 pessoas a cada 100 mil desenvolvem o zika com sintomas, dá para concluir que o risco de levar um tiro, mesmo sendo bem pequeno, é 15 vezes maior do que o de contrair a doença com sintomas.

Quer entender melhor? Assista ao professor explicando tintim por tintim:

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRILDAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.