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A mera expectativa de um dia estressante diminui sua capacidade cognitiva

Acordar imaginando que vai se estressar ao longo do dia prejudica a sua saúde e cognição, mesmo que tudo ocorra bem

Por Felipe Sali
Atualizado em 24 abr 2019, 19h23 - Publicado em 3 jul 2018, 19h46

Sabe quando você acorda e automaticamente lembra daquela reunião chata e do problemão que vai precisar resolver mais tarde? A ciência recomenda que você evite se concentrar nessas questões, ligue uma música para relaxar, tome um café quentinho e se distraia até chegar a hora de realmente entrar no trabalho. Caso o contrário, você estará prejudicando a sua saúde e até a sua capacidade cognitiva.

Pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia acompanharam a rotina matinal de 240 adultos. E descobriram que as pessoas que acordavam pensando no estresse (ou naquilo que vão enfrentar ao longo do dia) ficavam com a sua “memória de trabalho” consideravelmente prejudicada.

Essa função cognitiva é responsável por reter informações, mesmo quando estamos distraídos. Ela funcionava muito pior para quem já começava o dia na expectativa de ter problemas.

Para chegar à essa conclusão, a equipe recrutou um grupo de voluntários com perfis étnicos e socioeconômicos diversos. Por semanas, eles tiveram que responder perguntas através de um aplicativo de smartphone.

Os participantes se comprometeram a responder diariamente. Toda manhã diziam se esperavam um dia estressante. Cinco vezes ao longo do dia atualizavam o app sobre seus níveis de estresse. Por fim, uma vez, à noite, ele diziam como encararam o dia. Além do questionário, os participantes também completavam uma tarefa que media sua memória de trabalho, em cinco pontos diferentes do dia.

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Depois de analisar os resultados, os  cientistas perceberam que os danos ocorriam só pelo fato de antecipar o estresse – ou seja, a memória era prejudicada mesmo que nada dramático ocorresse até o final do dia. Isso indica que o processo de estresse que conhecemos começa muito antes dos eventos estressantes acontecerem.

O próximo passo para os pesquisadores é aprofundar as conclusões. Eles pretendem criar sensores vestíveis para coletar dados ainda mais detalhados sobre o efeito do estresse nos participantes.

Até lá, vale buscar uma playlist relaxante no Spotify e aproveitar o seu pão na chapa – sem antecipar a hora de se preocupar de verdade com as coisas.

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