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Imunoterapia é eficaz no tratamento de câncer de mama, diz estudo

Estimular as defesas dos corpos de mulheres vítimas de câncer pode fazê-las viver mais tempo

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 22 out 2018, 20h06 - Publicado em 22 out 2018, 19h38

A imunoterapia está revolucionando a medicina. Em 2016, a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) apontou o tratamento como o avanço mais promissor contra tumores das últimas décadas. Agora, ele se mostrou eficiente contra um tipo de câncer que vitima milhares de mulheres todos os anos: o de mama.

Antes de tudo, é preciso entender como a imunoterapia funciona. Basicamente, ela tem como objetivo melhorar o sistema imunológico (de defesa) do próprio paciente, para que ele lide de forma mais ativa contra a doença. Acredite, turbinar as defesas que você já tem pode ser uma forma eficaz e menos invasiva de lidar com doenças agressivas como o câncer. E é exatamente isso que a imunoterapia busca – a SUPER já explicou seu mecanismo a fundo aqui, quando o prêmio Nobel de medicina de 2018 foi para médicos que revolucionaram a área.

No tratamento do câncer, a imunoterapia é usada como terapia complementar, ao lado de tratamentos tradicionais como radioterapia, quimioterapia e cirurgia. Até agora, seu uso tinha se destacado nos tratamentos de cânceres de pulmão, rim, bexiga, melanoma e alguns linfomas. Mas um novo estudo, feito por cientistas do Centro de Câncer da Universidade de Nova York e divulgado na revista científica The New England Journal of Medicine, mostra como essa terapia pode prolongar a vida de mulheres que lidam com um tipo de câncer de mama super agressivo, conhecido como “triplo negativo”.

Esse subtipo, mais comum em mulheres jovens, representa apenas 15% de todos os casos de câncer de mama no mundo. Mas, enquanto a taxa de morte por cânceres de mama comuns é de cerca de 10%, o de “triplo-negativo” varia entre 30% e 40%. Essa forma da doença resiste às terapias padrões justamente por ser “três vezes negativa”: o tumor não apresenta os três biomarcadores (receptor de estrógeno, receptor de progesterona e proteína HER-2) mais empregados na classificação do câncer de mama.

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Explicando: em células normais, biomarcadores funcionam como “antenas”. Eles notam hormônios e fatores de crescimento (como proteínas que desempenham funções intracelulares) que circulam normalmente pelo organismo, e estimulam sua multiplicação. Isso ocorre em todo organismo humano. Em corpos doentes, células tumorais em que esses biomarcadores estão ativos crescem de maneira descoordenada e com muita velocidade quando esses marcadores se ativam. Daí, os cientistas desenvolveram medicamentos que matam justamente esses sinais. É por isso que tratamentos de câncer de mama comuns costumam tê-los como alvos.

Como no câncer “triplo negativo” nenhum destes biomarcadores existe, os medicamentos não fazem efeito – já que não possuem “alvos” para eliminar. Por isso, o tratamento é mais complexo e possui uma taxa menor de sucesso.

O novo estudo mostrou que mulheres resistiram mais a esse tumor recebendo quimioterapia e imunoterapia junto. A pesquisa incluiu 902 pacientes tratadas em 246 centros médicos de 41 países.

As mulheres que participaram do estudo sofriam de câncer de mama triplo negativo, diagnosticado recentemente e que se tornou metastático – ou seja, começou a se espalhar. Quando isso ocorre, as perspectivas são assustadoras, já que muitas pacientes sobrevivem não mais que 18 meses.

No estudo, metade das mulheres recebeu apenas a quimioterapia, e a outra metade recebeu quimioterapia e imunoterapia. Entre as que receberam os dois tratamentos, a sobrevida média foi de 21,3 meses. Só a quimio, por sua vez, deu sobrevida de 17,6 meses.

Os resultados ainda foram mais significativos em mulheres que possuíam o biomarcador conhecido como PD-L1 em ​​suas células cancerígenas: foram 25 meses de sobrevida, contra 15,5. Os médicos não sabem ainda explicar por o tal biomarcador foi tão significativo.

Agora, os pesquisadores esperam a aprovação da F.D.A (equivalente à Anvisa norte-americana) para começarem a utilizar o medicamento responsável pela imunoterapia em pacientes que estão tratando o câncer de mama. A ideia é que ele sirva como complemento para a quimio.

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