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Instituto Butantan vai vacinar cidade inteira em estudo com Coronavac

Mais de 30 mil habitantes devem ser vacinados em Serrana, no interior de São Paulo. O objetivo é verificar a eficiência da vacina em diminuir a transmissão da Covid-19.

Por Bruno Carbinatto
8 fev 2021, 18h49

A cidade de Serrana, no interior de São Paulo, terá vacinação em massa contra a Covid-19 como parte de um estudo clínico do Instituto Butatan. O objetivo é observar qual será o impacto da vacina na contenção da pandemia. Todos os habitantes com mais de 18 anos poderão ser vacinados, e a expectativa é que 30 mil pessoas sejam imunizadas em dois meses.

O município de 45.844 habitantes, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), receberá doses do imunizante Coronavac para iniciar sua campanha no dia 17 de fevereiro. Esses lotes integram o total de doses destinadas ao estado de São Paulo e não afetarão a distribuição das vacinas em outros estados.

Chamado Projeto S, a iniciativa visa verificar a efetividade da vacina em uma população total. Efetividade é um termo diferente de eficácia – ele se refere aos resultados da imunização no mundo real, fora de ensaios clínicos, onde as variáveis são mais numerosas e complexas. Com a vacinação de um grande número de pessoas em um mesmo local, será possível avaliar a evolução da epidemia e os reais impactos da vacina em contê-la, explicou o diretor do instituto, Dimas Covas, em evento de anúncio do projeto transmitido nas redes sociais da Prefeitura do município.

O estudo permitirá analisar se a vacina previne ou não a transmissão de Covid-19. Nos ensaios clínicos da Coronavac (assim como em todas as outras vacinas contra a Covid-19), o foco foi verificar se as candidatas eram eficazes em prevenir a doença em si. O objetivo era ver se, caso o vírus entrasse no corpo de uma pessoa vacinada, ela iria ou não desenvolver sintomas, ou se evoluiria apenas para casos leves ou graves. Os resultados mostraram que a Coronavac de fato é eficaz em impedir a progressão da doença para casos graves.

Ainda não se sabe, porém, se uma pessoa vacinada pode carregar o vírus consigo de forma assintomática e transmiti-lo para outras pessoas. Ao transformar a cidade inteira em um laboratório a céu aberto, essa informação poderá ser testada com mais clareza.

O município de Serrana foi escolhido por diversos motivos, entre eles porque a cidade já protagonizou um inquérito sorológico em 2020 que mostrou altos índices de circulação do vírus – chegando a fases em que até 5% da população estava com quadros ativos de Covid-19. Além disso, a cidade fica perto de Ribeirão Preto (SP), um município maior e polo de várias instituições de saúde e científicas importantes que fornecerão apoio técnico para a empreitada.

Na prática, a cidade será dividida em quatro regiões com populações semelhantes, e cada setor será vacinado por vez. A imunização não será obrigatória, mas todos os adultos residentes em Serrana poderão participar, com exceção de mulheres grávidas ou que estejam amamentando, de pessoas que apresentarem febre nos dias anteriores da aplicação e de quem tem algumas doenças pré-existentes graves (essas não foram especificadas na coletiva, mas o estudo contará com uma equipe médica para orientar a população).

“Quanto maior for a adesão da população, maior será a contribuição que o município vai dar ao mundo, porque esses resultados serão disponibilizados para o mundo”, disse Dimas Covas. “A primeira pergunta que queremos resolver através desse estudo é: ‘será que com essa vacina nós vamos realmente poder sair da pandemia?'”, explicou Ricardo Palácios, diretor de pesquisas clínicas do Instituto Butantan. “Aqui, não estamos testando em uma pessoa isolada, estamos pensando em comunidades. E para que esse estudo dê certo, a comunidade como um todo tem que participar.”

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