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Molnupiravir: pílula contra Covid-19 pode passar a ser produzida no Brasil

A Fiocruz está negociando a fabricação do antiviral, desenvolvido pela farmacêutica MSD. No futuro, ele poderia ser distribuído pelo SUS – mas ainda há controvérsias quanto ao seu uso.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 13 mar 2024, 17h31 - Publicado em 15 out 2021, 15h44

A Fiocruz está negociando a produção do molnupiravir no Brasil. O remédio, desenvolvido pela farmacêutica MSD (conhecida por Merck, Sharp & Dohme nos EUA e Canadá), já mostrou resultados positivos contra a Covid-19 e tem como principal vantagem seu oferecimento em cápsulas, o que possibilita o tratamento domiciliar. A notícia foi publicada nesta sexta (15) na Folha de S. Paulo.

O molnupiravir funciona da seguinte forma: ao ser metabolizado no organismo, ele se converte em uma molécula capaz de introduzir erros no código genético do Sars-CoV-2. Dessa forma, o vírus não consegue se replicar, o que evita o desenvolvimento de sintomas graves da doença.

Para testar o medicamento, pesquisadores da MSD acompanharam 775 adultos voluntários que estavam no começo da infecção por Covid-19. Metade deles recebeu placebo; a outra tomou o remédio. Todos os participantes do estudo tinham algum tipo de comorbidade e poderiam evoluir para quadros severos da doença.

Dentro o grupo que tomou placebo, oito pessoas acabaram morrendo; no que tomou a pílula, não foram registrados óbitos. O molnupiravir também diminuiu as chances de hospitalização em 48%. Devido a esses resultados, a MSD entrou com pedido de uso emergencial do medicamento no FDA (Food And Drug Administration), a Anvisa americana. 

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Por aqui, caso as negociações avancem, o remédio será produzido na Farmanguinhos, uma unidade da Fiocruz localizada no Rio de Janeiro. Se o  molnupiravir receber aval da Anvisa para uso emergencial ou registro definitivo, o medicamento ainda precisará ser avaliado pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS). É nessa última etapa em que é decidido se a pílula poderá ser distribuída na rede pública ou não. 

Nesta semana, a Fiocruz iniciou um ensaio de Fase 3 aqui no Brasil. Os pesquisadores pretendem avaliar pessoas que foram expostas ao vírus recentemente, focando, por exemplo, naqueles que residem com pacientes infectados. A ideia é testar o uso do molnupiravir como profilaxia pós-exposição (PEP), ou seja, utilizar o medicamento logo após uma situação de risco para tentar evitar a infecção. É possível se candidatar como voluntário para os testes neste link.

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Até o momento, já existem seis medicamentos contra a Covid-19 aprovados pela Anvisa, Mas o molnupiravir tem a vantagem de ser administrado em cápsulas, por via oral. Isso permite que o tratamento seja feito dentro de casa, o que ajudaria a desafogar o sistema de saúde. O remdesivir, por exemplo, é uma infusão intravenosa e deve ser aplicado no hospital.

Controvérsias

Apesar de parecer promissor, há alguns problemas por trás do molnupiravir. O medicamento, além de atrapalhar o processo de cópia do vírus, parece ser capaz de interferir na transcrição do código genético humano, o que poderia causar mutações no DNA. A situação foi observada durante testes com células de ovário de hamster, que sofreram mutações em um gene chamado HPRT. 

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Essas células foram expostas ao remédio por 32 dias, bem mais do que o recomendado para os humanos (cinco dias). Além disso, o teste foi feito in vitro (fora do organismo). Um estudo similar, feito por outra equipe de cientistas, optou por oferecer o medicamento aos animais por via oral, e não observou aumento nas taxas de mutações. Você pode saber mais detalhes sobre ambos os ensaios neste texto da Super.

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