Poluição pode ser responsável por um quinto dos casos de demência
Segundo novo estudo, além de causar doenças respiratórias, os poluentes atmosféricos afetam diretamente o cérebro
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a poluição é responsável por 8 milhões de mortes todos os anos. E o cenário, que já era ruim, acaba de piorar: uma pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, mostra que mulheres expostas a grandes quantidades de poluentes no ar correm risco 92% maior de desenvolver demência e Alzheimer. Caso a descoberta seja aplicada à população em geral, a imundície atmosférica corresponderia a um quinto de todas as ocorrências desse tipo de doença neurodegenerativa.
Os cientistas avaliaram especificamente os efeitos das partículas PM 2,5, que são emitidas durante processos de combustão (é o que acontece nos motores dos carros e em usinas termelétricas, por exemplo). Por serem muito pequenas, são inaladas com facilidade e podem ir parar até no cérebro.
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Os resultados foram alcançados pela análise de dados de 3 647 mulheres americanas entre 65 e 79 anos, que moravam em diferentes localidades. Aquelas que residiam em lugares com alta concentração de PM 2,5 — mais de 35 microgramas por metro cúbico de ar — apresentaram uma probabilidade bem maior de sofrer com alguma demência. Os achados permaneceram de pé mesmo depois de outros fatores terem sido levados em consideração, como raça, status socioeconômico, estilo de vida e condições médicas.
Os pesquisadores ressaltam: “A associação encontrada sugere que o fardo global da demência atribuído à poluição vem sendo subestimado, especialmente em regiões com grandes populações expostas à alta concentração de PM 2,5”.
A OMS divulgou um relatório em 2016 com análises de poluição em 45 cidades brasileiras. Os dados não são nada animadores: 40 centros urbanos foram reprovados, mostrando concentrações de partículas poluentes mais elevadas do que o recomendado.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Saúde