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Relatório mostra 12 fatores que poderiam prevenir até 40% dos casos de demência

Novo estudo adiciona três fatores de risco a outros nove já relatados na literatura. Veja quais podem ser evitados.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 1 ago 2022, 17h58 - Publicado em 3 ago 2020, 17h45

Ao contrário do que muitos pensam, a demência não é uma doença, mas sim uma condição que agrupa diversos sintomas que interferem na vida cotidiana do indivíduo que vive com o problema. Esses sintomas estão intimamente ligados à memória e lucidez, e costumam afetar idosos a partir dos 65 anos – mas também podem surgir mais cedo em alguns casos. Doença de Alzheimer, Parkinson e Huntington são algumas das formas comuns de demência.

Existem alguns medicamentos para controlar os sintomas, mas não há cura. Por outro lado, existem maneiras de prevenir o quadro. Na última quinta-feira (30), a revista The Lancet publicou um relatório com 12 fatores de risco que, se forem evitados, podem atrasar ou prevenir até 40% dos casos de demência. O estudo foi redigido por 28 especialistas que fazem parte da Comissão Lancet para prevenção, intervenção e assistência à demência. Nove desses fatores já haviam sido publicados pelo grupo em 2017, e agora, outros três pontos foram acrescentados à lista.

Entre os itens já listados, estavam a hipertensão, baixa escolaridade na infância, deficiência auditiva, tabagismo, obesidade, depressão, diabetes, baixo contato social e inatividade física, que juntos estão associados à 34% dos casos de demência. Foram somados o consumo excessivo de álcool, poluição do ar e lesão cerebral traumática. Eles representam, respectivamente, 1%, 2% e 3% dos casos. 

 

 

Tabagismo, inatividade física e consumo excessivo de álcool, por exemplo, podem ser evitados com a mudança no estilo de vida da população. No entanto, os pesquisadores defendem a criação de políticas públicas por parte dos governos para lidar com outros pontos, como a redução da poluição do ar, ou mesmo o incentivo ao esporte para evitar hipertensão, obesidade e deixar o indivíduo ativo fisicamente e socialmente.

Hoje, a demência acomete cerca de 50 milhões de pessoas ao redor do mundo. Até 2050, caso nada seja feito, esse valor pode aumentar para 152 milhões. Os principais afetados estão nos países com baixa e média renda, representando dois terços do valor total. 

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No relatório, os cientistas explicam que “muitos fatores de risco se agrupam em torno das desigualdades, que ocorrem principalmente em grupos étnicos negros, asiáticos e minoritários e em populações vulneráveis. O enfrentamento desses fatores envolverá não apenas a promoção da saúde, mas também ações da sociedade para melhorar as circunstâncias nas quais as pessoas vivem suas vidas”. 

Por outro lado, um estudo preliminar de Harvard indicou uma queda de cerca de 15% na incidência de demência na Europa e América do Norte a cada década nos últimos 30 anos. A diminuição dos casos é associada às mudanças nas rotinas e adesão de um estilo de vida mais saudável, mostrando o impacto que estes fatores podem ter no resto do globo, principalmente nos países emergentes. 

Vale lembrar que alguns dos fatores divulgados pela Comissão Lancet podem ser tanto causa como consequência do problema. A depressão é um exemplo, pois pode auxiliar no desenvolvimento das doenças ligadas à demência ou surgir posteriormente no paciente devido à sua condição.

Além disso, não é preciso se desesperar caso você se enquadre em alguns dos fatores de risco, pois eles servem como estimativa e representam menos de 50% dos casos (a outra parte possui causas variáveis ou desconhecidas). De qualquer forma, todas essas melhoras no estilo de vida são essenciais para a boa saúde e prevenção de outras doenças. O acompanhamento médico segue sendo primordial. 

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