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Tatuagens podem estar ligadas a maior risco de câncer, segundo estudo

Estudo realizado com pares de gêmeos mostrou relação entre tatuagens (especialmente as grandes) e diagnósticos de câncer de pele e linfoma.

Por Eduardo Lima
8 mar 2025, 12h00

Fazer tatuagem requer reflexão: o que tatuar, em que parte do corpo fazer a tatuagem, qual profissional escolher e quanto dinheiro você está disposto a gastar pelo desenho.

Agora, uma nova pesquisa sugere mais um fator para considerar antes de tatuar: o possível impacto de longo prazo que uma tatuagem pode ter na saúde. Cientistas da Universidade do Sul da Dinamarca e da Universidade de Helsinque, na Finlândia, estudaram os possíveis danos que a tinta da tatuagem pode causar, já que algumas partículas podem migrar de onde foram injetadas e acabar se acumulando nos linfonodos (ou gânglios linfáticos).

Os pesquisadores analisaram dados pessoais de pares de gêmeos dinamarqueses, e descobriram que pessoas tatuadas são diagnosticadas mais frequentemente com câncer de pele e linfoma (câncer que afeta o sistema linfático, responsável por remover os fluidos em excesso e produzir células do sistema imunológico), em comparação àqueles sem tatuagem.

As conclusões dos cientistas nórdicos foram publicadas no periódico BMC Public Health, depois de uma análise de 316 gêmeos (metade tatuada e metade com a pele lisa) nascidos entre 1960 e 1996. Tudo foi feito com base numa pesquisa grande que avaliou os hábitos de tatuagem de 5.900 gêmeos dinamarqueses, realizada em 2021.

Quanto maior, pior

Quando a tinta da tatuagem entra na pele, algumas partículas são absorvidas pelos linfonodos, que servem para produzir células imunes e filtrar substâncias danosas ao corpo. A preocupação dos pesquisadores é que a tinta de tatuagem possa engatilhar inflamações crônicas nos gânglios linfáticos que, com o tempo, poderiam causar crescimento irregular de células e aumentar o risco de câncer.

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Essa hipótese ainda não foi provada, e precisa de mais estudos para se consolidar. Por enquanto, o que eles sabem é que a tinta de tatuagem se acumula nos linfonodos. Eles suspeitam que o corpo perceba a tinta de tatuagem como uma substância estranha, e isso possa exigir mais do sistema imunológico e linfático, enfraquecendo os linfonodos.

Estudar a relação entre a tinta de tatuagem e o câncer é complicado, porque a doença leva anos para se desenvolver. Ou seja: a exposição à tinta na juventude poderia levar ao desenvolvimento de um tumor só décadas depois. Por isso, é difícil traçar uma relação de causa e consequência. O que os cientistas  encontraram foi uma correlação entre frequência de diagnósticos de câncer e padrões de tatuagem.

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A vantagem de usar dados de gêmeos é que eles têm muitos fatores genéticos e ambientais em comum, então dá para encontrar uma relação mais estreita entre as poucas diferenças – como tatuagens – e casos de câncer.

A relação entre tatuagens e câncer fica mais evidente em pessoas com tatuagens grandes, que os pesquisadores definiram como maior que um palmo. O nível de linfoma entre pessoas com tatuagens grandes é quase três vezes maior do que entre as pessoas sem tatuagem. Quanto maior a tatuagem e mais tempo ela está no corpo, mais tinta se acumula nos linfonodos – e talvez cause essa inflamação.

Mais estudos precisam ser realizados para entender o impacto das tatuagens na saúde a longo prazo, e compreender como a tinta de tatuagem afeta o funcionamento dos linfonodos.

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