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Trabalhar sentado dá mais barriga do que você imagina

Pesquisa britânica relaciona longos períodos em uma mesma posição a risco de infarto e aumento na circunferência do quadril

Por Guilherme Eler
Atualizado em 2 mar 2017, 19h23 - Publicado em 2 mar 2017, 19h22

Que hábitos como passar longos períodos sentados ou não fazer atividade física fazem mal à saúde todo mundo já sabe. Uma vida sedentária pode influir na disposição que temos para as tarefas diárias, além de aumentar os riscos de problemas cardíacos e respiratórios. Uma pesquisa da Warwick University, no entanto, foi um pouco mais longe: calculou com precisão o efeito direto que isso pode ter no tamanho da sua barriga.

A equipe do Dr. Willian Tigbe acompanhou 111 trabalhadores do serviço postal de Glasgow, na Escócia, que mantinham hábitos relativamente saudáveis, não fumavam nem possuíam histórico familiar de doenças cardiovasculares ou diabetes. Destes, 55 realizavam funções de escritório, enquanto o restante trabalhava na rua, fazendo as entregas. Monitorados por uma semana, entre setembro de 2006 e setembro de 2007, eles apresentaram diferenças bastante contrastantes: a circunferência média do quadril de quem trabalhava sentado era de 97 cm, em comparação aos 94 cm dos responsáveis pelas entregas.

Além do número das calças, quem trabalhava sentado tinha maior também o risco de sofrer ataque cardiovascular – 2,2% contra 1,6%, em um período de dez anos – e apresentou IMC (Índice de Massa Corporal) médio quase um ponto maior. Isso significa afirmar que o peso de duas pessoas de mesma altura poderia variar cerca de 3 kg.

Os resultados sugerem que os prejuízos de passar longas horas em uma mesma posição são cumulativos. A partir de cinco horas diárias sentado, cada hora extra em que permanecemos na posição pode representar aumento de 2 cm na circunferência do quadril, bem como um risco de problemas cardiovasculares em 0,2% maior. O mesmo vale para os níveis de bom e mal colesterol, mais baixos ou mais elevados a partir das mesmas cinco horas/dia.

Dr. Tigbe defende que para se extinguir o risco de problemas no coração, o caminho é adoção de hábitos bem diferentes. E bem distantes da realidade de quem trabalha sentado. Seriam necessários cerca de 15 mil passos diários – equivalentes a uma distância entre 11 e 12 km – ou passar pelo menos sete horas por dia de pé para compensar o período na cadeira, recomendações que fazem aquela sua barriguinha de chope não parecer mais tão ruim assim.

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