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A cidade em Honduras onde “chove peixe” todos os anos

Moradores de Yoro dizem que é um milagre e comercializam o excedente da carne. Veja algumas hipóteses para o fenômeno inusitado.

Por Ramana Rech
5 jun 2025, 10h00

A vida não é fácil na comunidade rural de La Unión, que fica na periferia da cidade de Yoro, noroeste de Honduras. Os trabalhos são escassos e parte significativa da população vive em situação de pobreza. No dia a dia, a alimentação costuma ser baseada em milho e feijão. 

Mas, entre o fim da primavera e o início do verão, algo de incrível acontece: os moradores saem com baldes e cestas na rua para pegar os peixes cor de prata similares a sardinha que podem ser encontrados no chão.

Segundo uma reportagem do jornal The New York Times, todos os anos peixes aparecem de forma misteriosa na região – um fenômeno que os locais descrevem como um milagre.

Corre o boato de que os animais caem do céu. O fenômeno ocorre em condições de clima bem específicas com chuvas torrenciais, trovões e relâmpagos. Ninguém nunca viu, de fato, um peixe cair do céu – até porque, quando a tempestade aperta, as pessoas preferem permanecer dentro de casa. 

Uma vez que o temporal acabou, começa a coleta dos peixes. O fenômeno já acontece há gerações na cidade, em diferentes lugares. Em La Unión, a tal chuva começou há uma década.

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Para algumas famílias, essa é a única oportunidade de comer peixe. O fenômeno também virou negócio. A empresa de pesca Regal Springs lançou uma marca apenas com aqueles que “caem do céu” e a chamou de Heaven Fish (“peixe do paraíso”).

De acordo com informação da empresa reportada pela CNN, cada vez que ocorre um fenômeno, uma família pode chegar a coletar dez quilos de peixes. A companhia também disse que mais de 60% da população da cidade passou a ser contratada da Heaven Fish, em operações que vão desde a coleta até a distribuição da carne.

Alguns moradores atribuem o fenômeno aos devotos de Manuel de Jesús Subirana, um missionário vindo da Espanha que, no século 19, teria pedido pelo fim da pobreza e da fome em Yoro. Subirana está enterrado na igreja católica principal da cidade. 

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Alguns moradores mais céticos ouvidos pelo New York Times dizem que os peixes podem viver em córregos subterrâneos ou cavernas – e que, nas situações de chuva intensa, esses corpos d’água transbordam. Esse poderia ser um possível caminho para os peixes emergirem.

Já o cientista atmosférico da Universidade da Geórgia, John Knox, apresentou outra hipótese à revista Smithsonian Magazine. Para ele, existe a possibilidade de que haja um tornado ou tromba d’água que passe em cima de algum corpo rio ou lago e suga os peixes. 

Ninguém registrou tornado nenhum, contudo. Por enquanto, o mistério permanece. E os peixes, seguem caindo.

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