Bandido da Luz Vermelha, o primeiro serial killer do Brasil
Conhecido como o primeiro serial killer brasileiro, João Acácio Pereira matou quatro pessoas, vestido à moda da Jovem Guarda
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Para os vizinhos, João Acácio Pereira era apenas um pacato e educado morador de Santos, no litoral paulista. Não sabiam que, nas madrugadas dos anos 1960, ele viajava até São Paulo para cometer grandes roubos. João cortava a eletricidade e entrava de pés descalços nas mansões. Usava um lenço vermelho para esconder o rosto, ao estilo cowboy, e uma lanterna vermelha. Quando encontrava os moradores das casas, batia um longo papo. Algumas vítimas chegaram a cozinhar para o assaltante. Depois do papo, João fugia com o dinheiro.
O bandido era fascinado por filmes de faroeste, pela cor vermelha e gostava de imitar o rei Roberto Carlos. A fama do peculiar assaltante chegou à imprensa, que fez dele o personagem mais famoso da crônica policial da época. O Bandido da Luz Vermelha herdou o nome do norte-americano Caryl Chessman, que tinha o mesmo apelido e agia com uma lâmpada vermelha de carro de polícia, executado na câmara de gás em 1960 por 17 acusações de estupros e sequestros.
Nossa versão brasileira não era um serial killer típico, já que seus quatro assassinatos foram “acidentes de percurso”. Um foi resultado de uma briga de bar e os outros três foram mortos durante os assaltos, ao resistirem. O período de glória de João durou seis anos. Em 1967, graças às impressões digitais deixadas na janela de uma mansão, ele foi preso e tornou-se um dos criminosos mais famosos do País. Passou 30 anos na cadeia, saiu desdentado e louco. Quatro meses depois, foi morto por um tiro de espingarda numa briga de bar com um pescador, em Joinville (SC).
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