Califórnia decide proibir todos os combustíveis fósseis
Estado americano, que tem 40 milhões de habitantes (e a quinta maior economia do mundo), será 100% alimentado por energia limpa
A medida consta da lei SB 100, que já foi aprovada pelo Legislativo e deverá ser sancionada pelo governador da Califórnia. Ela prevê que, a partir de 2045, o Estado só poderá utilizar energias limpas, passando a ser proibida a queima de combustíveis fósseis – seja em automóveis ou em usinas termelétricas. Toda a eletricidade, desde a usada em residências e veículos até a consumida pela indústria e pelo comércio, deverá ter origem limpa.
Haverá um período de transição, com metas progressivas (em 2030, por exemplo, as emissões de CO2 já terão de ser 40% mais baixas), mas o objetivo é ambicioso: a Califórnia tem quase 40 milhões de pessoas e, se fosse um país, seria a quinta maior economia do planeta. Analistas do setor de energia chegam a duvidar que a mudança seja exequível, principalmente porque a Califórnia tem apenas uma usina nuclear – e ela será desativada em 2025. Não há planos de construir novos reatores.
O Estado pretende usar energia solar e éolica, que apresenta limitações: sua geração está sujeita a variações imprevisíveis (pode ventar menos ou fazer menos sol), e atualmente não existe uma maneira economicamente viável de armazenar toda a eletricidade excedente para utilizá-la em momentos de maior demanda. A aposta é que a tecnologia evolua para tornar isso possível, e a indústria tem caminhado nessa direção: em 2017, a Tesla instalou a maior bateria do mundo na Austrália, onde ela abastece 1,7 milhão de pessoas.
Atualmente, 29% da eletricidade utilizada na Califórnia vem de fontes limpas – o triplo do que acontecia na década passada.